Um, dois, cinco, dez, 17. No Campeonato, na Taça de Portugal, na Supertaça. Ao longo de três anos seguidos, um dérbi em voleibol entre Sporting e Benfica podia ser mais ou menos competitivo mas terminava sempre da mesma forma com triunfo dos encarnados. No último fim de semana, no fecho da segunda fase antes do playoff final do Campeonato, os leões conseguiram quebrar essa série negativa. Agora, em Viana do Castelo, na Final Four da Taça de Portugal, essa “resposta” foi mais longe e, seis anos depois, a equipa verde e branca bateu o rival em jogos consecutivos (agora por 3-1), algo que não acontecia desde 2018 quando a formação de Alvalade se sagrou campeã pela última vez e que permitiu o regresso à final da prova rainha que não teria na sua decisão os encarnados uma década depois da última ausência (Castelo da Maia-Fonte Bastardo).

Duas vitórias seguidas depois de três anos de jejum: Sporting volta a bater Benfica e chega à final da Taça de voleibol

“Não existe uma explicação. Acho que o Sporting foi superior nessas oscilações que aconteceram durante o jogo, tiveram mais capacidade. Agora, com calma, é avaliar onde pode ter acontecido alguma coisa. Mais do que isso, esta equipa tem de acreditar sempre e trabalhar forte. Vamos ter de fazer algo diferente. O Sporting esteve um pouco acima de nós, jogaram melhor e merecem passar à final. Não saímos de cabeça baixa. Somos uns campeões, já ganhámos várias vezes e podemos dar a volta por cima. Vamos pensar no campeonato e tentar continuar na frente”, assumiu Marcel Matz, técnico do Benfica, depois do encontro.

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“Acho que fomos um coletivo forte. Viemos discutir o resultado, entrámos muito bem e no terceiro parcial corrigimos o que tínhamos feito de errado no segundo. Estamos a discutir estes jogos com a equipa que domina a modalidade. Depois, sentimos algumas dificuldades com os ajustes do adversário mas conseguimos corrigir. Só fizemos 50% do que trazíamos, agora falta o mais importante. É uma exibição muito boa e categórica, acho que a vitória é justa. Estamos numa boa sequência que vem no seguimento de uma época em crescendo. Sem desculpas, temos obrigação de ganhar, sem medo de colocar as palavras certas que nos trazem mais pressão e obrigação. Elevamos as expectativas das pessoas mas precisamos de estar nos limites em alta competição”, comentara este sábado após o dérbi João Coelho, treinador do Sporting.

Pela frente estaria agora o Fonte do Bastardo, que bateu numa meia-final emocionante o Leixões por 3-2 com 15-11 na “negra” depois de um improvável 34-32 para o conjunto de Matosinhos no quarto set. E se na última época os açorianos tinham sido um autêntico pesadelo, eliminando os leões na meia-final da Liga em quatro encontros e nos quartos da Taça Challenge, a realidade na presente temporada jogava a favor dos leões, que partiam a somar por triunfos os três encontros realizados diante do conjunto da Praia da Vitória. Não houve mesmo três sem quatro: o Sporting venceu na “negra”, conquistou a quinta Taça de Portugal da sua história depois de 1991, 1993, 1994 e 2021 e quebrou um jejum de títulos que perdurava há três anos.

Os leões tiveram uma entrada afirmativa na partida, quase como se os açorianos ainda não tivessem voltado da partida frente ao Leixões. Melhor no ataque, na receção, no bloco e no serviço, o Sporting chegou de forma rápida ao 3-0 (altura em que houve uma paragem), ao 9-2 e ao 17-10 que conferiu um triunfo sem problemas no primeiro set por 25-16. De seguida, o filme mudou. Os lisboetas ainda conseguiram recuperar de 0-4 para 7-6 mas um parcial de 7-0 para 13-7 acabou por colocar o Fonte do Bastardo no controlo do segundo set, que fechou de forma quase diametralmente ao primeiro com a vitória dos açorianos por 25-20.

Perante o rumo do jogo, o terceiro set ganharia uma especial importância por ser um momento de definição entre as melhores e piores versões dos dois conjuntos e também o momento da partida em que houve mais equilíbrio entre as equipas, com vários empates a dez, 12 e 13 depois de um ligeiro avanço verde e branco na parte inicial, os açorianos a passarem para a frente com lideranças mínimas e o Sporting a fechar mais forte com o triunfo por 25-22. A final voltava a desequilibrar para o lado leonino mas nem por isso a Fonte do Bastardo desistiu da partida, assumindo o comando de um quarto set marcado pelas vantagens mínimas e ganhando um avanço decisivo fruto de blocos dos momentos chave que fecharam com vitória por 25-21. A decisão ficaria reservada para a “negra”, com uma vitória nas vantagens num jogo eletrizante por 22-20.