O Benfica tem tido a hegemonia quase absoluta do voleibol nacional: é tetracampeão nacional, conquistou as últimas duas Taças de Portugal e cinco das últimas seis Supertaças. Por outro lado, o Sporting esteve três anos sem vencer o Benfica e não tem títulos desde 2021. No fim de semana passado, porém, os leões procuraram começar a mudar o paradigma.

Na última jornada da fase regular do Campeonato de voleibol, numa altura em que o Benfica já tinha o primeiro lugar garantido e o Sporting já sabia que não saía da segunda posição, os leões bateram os encarnados por 3-0 no Pavilhão João Rocha e alcançaram a primeira vitória no dérbi desde março de 2021. Um triunfo com poucas consequências práticas — mas que foi claramente uma espécie de ponto de partida para o jogo deste sábado, na meia-final da Taça de Portugal, onde Sporting e Benfica voltavam a defrontar-se.

Um dérbi que já não contava, mas que quebrou um enguiço: Sporting vence Benfica pela primeira vez em três anos

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“Vai ser um dérbi, como sempre. Com resultado incerto, mas queremos voltar a ganhar. Fizemo-lo bem e de forma contundente no sábado. Agora é um jogo de campo neutro que vale o acesso à final e estamos muito motivados para voltar a repetir a exibição. Se jogarmos o nosso melhor voleibol, nos nossos limites, acho que temos condições para conseguir ganhar. Sentimo-nos capazes e temos mostrado que é possível”, explicou João Coelho, treinador leonino, na antevisão da partida.

“A importância é a de conseguir um lugar na final. Queremos jogar a Taça para ganhar mais uma vez. Ganhámos no ano passado e numa situação semelhante a esta, vindos de uma derrota num jogo do Campeonato. O Sporting é uma equipa que joga bem, fisicamente forte, que tem uma composição bem definida. A expectativa é a de um jogo difícil, o que sempre aconteceu. Nunca houve uma meia-final da Taça ou do Campeonato simples para nós. Temos conseguido resultados positivos, mas são sempre jogos equilibrados e difíceis. A expectativa é a de apresentar um nível melhor do que no último sábado para conseguir a vitória”, indicou Marcel Matz, o técnico encarnado, que já conta com três Taças no próprio palmarés.

O primeiro set começou muito equilibrado, com as duas equipas a dividirem a dianteira do marcador durante os minutos iniciais. Ainda assim, o Sporting acabou por conseguir conquistar alguma vantagem, chegando mesmo aos quatro pontos de distância, com Marcel Matz a reagir com um desconto de tempo. O Benfica encurtou a desvantagem depois do time out, com João Coelho a responder na mesma moeda e a reunir a equipa, e os leões acabaram mesmo por conseguir vencer o primeiro set e confirmar a superioridade notória (25-21).

O Benfica reagiu no segundo set, principalmente porque o bloco do Sporting não estava a funcionar tão bem, e acabou por conseguir empatar a partida (25-20). Os leões voltaram a subir de rendimento no terceiro set, muito à boleia de uma grande exibição de Wagner, e chegaram mesmo a ter 12 pontos de vantagem. Os encarnados ainda encurtaram a desvantagem nos últimos instantes, provocando dois descontos de tempo pedidos por João Coelho, mas o Sporting não deixou fugir o set e recuperou a liderança do jogo (25-20).

O quarto e derradeiro set foi o mais equilibrado até então, com o Benfica a nunca permitir que o Sporting alargasse vantagens consideráveis e a estar mesmo na dianteira do marcador em várias ocasiões. No fim, porém, os leões mantiveram o ascendente que esteve vigente ao longo de toda a partida e assentaram a vitória na qualidade e na eficácia do serviço: o Sporting bateu o Benfica (25-20), somando o segundo triunfo consecutivo depois de três anos sem ganhar um dérbi, e garantiu o apuramento para a final da Taça de Portugal, ficando agora à espera do vencedor da outra meia-final entre Fonte do Bastardo e Leixões.