Um tweet, duas palavras, um sem número de explicações possíveis e imaginárias sobre qual teria sido na verdade o intuito daquela publicação com uma simples frase – a principal das quais numa associação dessa imagem a sorrir e do “Dias felizes” à fase do Manchester United, que voltou a ter outro ponto baixo na sua temporada com uma derrota em Londres diante do Chelsea após ter chegado aos 90 minutos a ganhar por 3-2. Contas feitas, tudo poderia apenas e só resumir-se ao momento de Cristiano Ronaldo, que depois de uma tempestade em termos coletivos encontrou a bonança com dois hat-tricks em encontros seguidos.

Tudo começou na receção ao Al-Tai, com três golos na segunda parte que carimbaram a goleada por 5-1 na Liga saudita, tudo prosseguiu no jogo fora com o Abha. Aí, em apenas 45 minutos, o avançado português fez mais três golos e com duas assistências para o 5-0 que se registava ao intervalo, altura em que Luís Castro começou algumas poupanças retirando de campo o avançado e Sadio Mané (mesmo assim o resultado ainda chegou aos 8-0). Além de ter voltado a marcar dois golos de livre direto como não acontecia desde 2009, o capitão da Seleção chegava aos 65 hat-tricks na carreira, com a particularidade de 35 terem sido depois de ter feito 30 anos. Com isso, tinha mais golos (42) do que encontros oficiais (41) esta temporada.

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O “monstro” está de volta: Ronaldo faz mais um hat-trick, acrescenta duas assistências e é poupado… ao intervalo

Seguia-se mais uma partida fora frente ao Damac, na antecâmara de um dos momentos mais importantes da equipa até ao final da época: a Supertaça. Depois do triunfo na Taça dos Campeões Árabes, o Al Nassr foi perdendo terreno de forma praticamente irreversível no Campeonato e caiu nos quartos da Champions da Ásia diante do Al Ain, “sobrando” apenas a Taça do Rei e a Supertaça que começava com um jogo grande nas meias-finais diante do Al Hilal de Jorge Jesus. Por isso, quase que assumindo que chegar ao primeiro lugar da Liga é uma tarefa “impossível”, Luís Castro operou várias mexidas na equipa incluindo Ronaldo.

Ronaldo volta a sorrir com o que mais gosta: 64.º hat-trick da carreira, goleada do Al Nassr e a barreira dos 900 golos mais próxima

As coisas começaram a correr mal logo à chegada, com o autocarro do conjunto de Riade a ficar preso na zona da descida para a garagem do estádio Prince Sultan bin Abdulaziz Sports City sem possibilidade andar para a frente ou para trás, o que fez com que os jogadores tivessem de ir a pé para os balneários. Fugindo a possíveis azares que pudessem aparecer, o Al Nassr deixou Laporte e David Ospina na equipa inicial com Alex Telles, Brozovic, Sadio Mané e Ronaldo no banco (e Otávio de fora da lista, tal como Talisca por lesão). Aquilo que poderia ser um jogo com os seus motivos de interesse “perdia” as suas maiores referências.

Esse plano B acabou por ter interferência naquilo que se viu em campo. Lajami, de cabeça, ainda deixou um primeiro sinal de perigo mas o jogo foi sendo feito sem grande velocidade, com poucas oportunidades ou motivos de interesse e com Brozovic a ter de ser lançado mais cedo por lesão de Al Najei (15′). Ao intervalo, ciente das dificuldades para quebrar a resistência de um Damac que apareceu mais perigoso no segundo tempo, Luís Castro começou a puxar dos ases. Primeiro Sadio Mané e Sultan Al-Ghannam, a seguir Ronaldo. Desta vez o português não conseguiu marcar, também não “assistiu” porque Ghareeb acertou na trave na pequena área após cruzamento do português, mas o encontro mudou por completo com a presença em campo dos pesos pesados do Al Nassr, que conseguiria chegar ao triunfo em período de descontos pelo único habitual titular que se manteve como aposta inicial, Laporte, de cabeça após canto de Brozovic.