10 anos. Há uma década inteira, desde 2013/14, que o FC Porto não somava seis derrotas em 28 jornadas do Campeonato. Com o desaire deste domingo frente ao V. Guimarães, em pleno Dragão, a equipa de Sérgio Conceição perdeu pela segunda jornada consecutiva e já desperdiçou 26 pontos desde o início da temporada — um registo máximo desde que o treinador chegou ao clube.

Pepe, a cabeça perdida de uma equipa que se perdeu (a crónica do FC Porto-V. Guimarães)

O FC Porto ficou assim a nove pontos do Benfica e a 13 da liderança do Sporting, sendo que os leões têm menos um jogo, para além de que tem agora apenas mais dois pontos do que Sp. Braga e V. Guimarães, tendo de defender o terceiro lugar até ao final da época. Os dragões começam a ficar cada vez mais longe da ideia do apuramento para a Liga dos Campeões e chegam ao início de abril com a Taça de Portugal enquanto único objetivo prático.

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A título individual, Pepe foi expulso com cartão vermelho direto por protestos já na segunda parte e recebeu ordem de expulsão pela 20.ª vez na carreira, igualando Rui Jorge e Rafik Halliche enquanto jogadores com mais vermelhos diretos na Primeira Liga. Na atual temporada, o internacional português já foi expulso em três ocasiões — e sempre com cartão vermelho direto.

Na zona de entrevistas rápidas, Sérgio Conceição começou por dizer que explicar a derrota seria “uma conversa longa”, mas apressou-se a deixar críticas à arbitragem. “Temos de olhar para o que não conseguimos fazer: entrar no último terço, o último remate, a definição. São situações que trabalhamos para evoluir a equipa, mas o jogo é mais do que isso. Chegou-se aqui a um momento… Os jogadores sentem-se muito prejudicados e a verdade é que isso cria nervosismo. Toda a semana foi muito difícil, o ambiente dentro e fora”, começou por dizer.

“O lance do Galeno é o mesmo empurrão que origina a falta do golo do V. Guimarães. Não sei por que é que fora de área se marca e dentro não. Estas situações começam a enervar, mesmo que não devam. Não estou a dizer que é só culpa disso, temos de fazer mais. Somos uma equipa que provoca o adversário. Hoje sofremos 23 faltas, fizemos seis e temos dois cartões amarelos e um vermelho. Há muita coisa difícil de gerir numa equipa jovem e menos jovem, como o caso do Pepe, onde saímos todos prejudicados. Temos todos de olhar internamente para o que temos de fazer, para sermos uma equipa à nossa imagem e não de reações, de nervosismos, de situações que não nos levam a nada positivo”, acrescentou.

Por fim, Sérgio Conceição explicou que entrar a perder foi “um reflexo do que se tem passado”. “Não é fácil, num grupo de jovens. Olhei para o que foi o dérbi, o tal dérbi eterno, e vi uma equipa a perder [Benfica]. Havia a possibilidade de nos aproximarmos e fica difícil com tudo o que se passou hoje. É só isso que tenho a dizer”, terminou.

Já Nico González, que foi titular, reconheceu que a primeira “não saiu bem” ao FC Porto. “Eles marcaram nos dois primeiros remates que fizeram e isso custou-nos muito. Tivemos oportunidades para recuperar, para empatar ou mesmo para poder ganhar, mas eles resistiram. Temos de procurar ganhar cada jogo até ao final, sabemos que podemos ganhar a qualquer rival. Nos últimos dois jogos da Liga penso que não estivemos à altura, temos de dar mais para ganhar os últimos jogos. Estou convencido de que o podemos fazer”, explicou o médio espanhol.