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Pepe, a cabeça perdida de uma equipa que se perdeu (a crónica do FC Porto-V. Guimarães)

FC Porto esteve a perder por dois golos, ganhou novo fôlego antes do intervalo, mas nunca reverteu vitória do V. Guimarães e ainda viu Pepe ser expulso (1-2). Dragões ficam com Sp. Braga a 2 pontos.

O central português foi expulso a cerca de 20 minutos do fim
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O central português foi expulso a cerca de 20 minutos do fim

LUSA

O central português foi expulso a cerca de 20 minutos do fim

LUSA

O mês de abril é absolutamente decisivo para o futuro do FC Porto. A nível desportivo, já que os dragões podem mesmo ficar fora da Liga dos Campeões mas ainda correm atrás da final da Taça de Portugal, e também a nível institucional, com as eleições mais disputadas dos últimos 40 anos marcadas para daqui a três semanas. Pelo meio, a equipa de Sérgio Conceição procurava lamber todas as feridas sofridas ao longo dos últimos tempos.

Depois da derrota contra o Estoril na última jornada, que deixou o FC Porto quase definitivamente afastado da corrida pelo título, os dragões recebiam o V. Guimarães no Dragão — dias depois de visitarem e vencerem o mesmo V. Guimarães no D. Afonso Henriques na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal. O objetivo claro era regressar às vitórias para o Campeonato, olhando mais para os dois pontos de vantagem em relação ao Sp. Braga do que para os 13 de desvantagem para o Sporting, mas o adversário não era naturalmente o mais acessível.

Ficha de jogo

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FC Porto-V. Guimarães, 1-2

28.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

FC Porto: Diogo Costa, Jorge Sánchez (João Mário, 56′), Pepe, Fábio Cardoso (Zé Pedro, 45′), Wendell, Alan Varela (Iván Jaime, 56′), Nico González, Francisco Conceição, Pepê (Taremi, 68′), Galeno, Danny Namaso (Toni Martínez, 80′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Grujic, Romário Baró, Gonçalo Borges

Treinador: Sérgio Conceição

V. Guimarães: Bruno Varela, Manu Silva, Borevkovic, Jorge Fernandes, Bruno Gaspar, Tiago Silva, João Mendes (Nuno Santos, 77′), Tomás Händel (Tomás Ribeiro, 45′), Afonso Freitas (Ricardo Mangas, 45′, Miguel Maga, 55′), Jota Silva, Kaio César (Nélson Oliveira, 61′)

Suplentes não utilizados: Charles, André André, Adrián Butzke, Zé Carlos

Treinador: Álvaro Pacheco

Golos: Galeno (ag, 12′ e 44′), Jota Silva (33′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Wendell (37′), a Afonso Freitas (45+1′), a Tomás Ribeiro (52′), a João Mário (62′), a Manu Silva (63′), a João Mendes (72′), a Bruno Varela (74′), a Nélson Oliveira (89′); cartão vermelho direto a Pepe (69′)

“O V. Guimarães jogou dentro do seu habitual para a Taça, com comportamentos que entendemos quais eram. É uma equipa bem trabalhada, forte, daí a nossa consciência no jogo, daí o que fizeram com equipas que estão à nossa frente. Fizemos um jogo muito consistente e não foi por um momento menos bom do guarda-redes deles que ganhámos, foi porque fomos mais competentes. Temos de olhar para essas valias do adversário com humildade e fazer o que definimos para vencer o jogo”, explicou o treinador dos dragões na antevisão da partida.

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Sérgio Conceição não contava com Otávio e Evanilson, ambos castigados, mas tinha Francisco Conceição e Diogo Costa de regresso ao onze depois de terem cumprido castigo na Taça. Fábio Cardoso e Danny Loader rendiam os ausentes, com Jorge Sánchez a manter a titularidade na direita da defesa em detrimento de João Mário e Taremi a regressar às opções enquanto suplente. Do outro lado, a grande surpresa de Álvaro Pacheco era mesmo Kaio César, que se estreava no onze inicial dos vimaranenses.

O jogo demorou a acelerar, com os primeiros 10 minutos a não incluírem qualquer aproximação perigosa às balizas e o encontro a ter até várias paragens e interrupções que não permitiam o aumento da intensidade. O FC Porto tinha um ligeiro ascendente, até por ter mais bola e conseguir desequilibrar com as incursões de Francisco Conceição da direita para dentro, mas a verdade é que foi mesmo o V. Guimarães a abrir o marcador ainda no quarto de hora inicial. Livre batido na direita e Galeno, ao tentar impedir o cabeceamento de Jota Silva, desviou de cabeça para trair Diogo Costa e fazer autogolo (12′). 

Os dragões procuraram reagir, com Alan Varela a obrigar Bruno Varela a uma defesa atenta com um remate de fora de área (19′), mas parecia que nada saía bem à equipa da casa. Wendell e Francisco Conceição eram os principais inconformados, mas a verdade é que o FC Porto pecava no critério e na definição e não conseguia transformar o superior caudal ofensivo em verdadeiras oportunidades de golo. Do outro lado, os vimaranenses mostravam-se muito sólidos defensivamente, exímios a cobrir a profundidade e atentos a Conceição e Galeno, e procuravam ferir o adversário em transições rápidas.

Foi precisamente assim, já depois da meia-hora, que chegaram ao segundo golo. Tiago Silva desequilibrou descaído na direita e soltou para Jota Silva, que aguentou a pressão de Pepe e atirou rasteiro já na área e à saída de Diogo Costa, que ainda tocou na bola (33′). O Dragão gelou e tudo ia ficando ainda pior minutos depois, quando Kaio César viu o guarda-redes português evitar o terceiro golo com uma enorme intervenção (41′).

Sérgio Conceição enviou um recado para dentro de campo ao mandar Zé Pedro, Taremi e Iván Jaime vestirem o equipamento, mas acabou por aguentar as substituições e não mexeu na equipa até ao intervalo. Ainda antes do fim da primeira parte, porém, Galeno redimiu-se do autogolo e marcou na baliza certa: Pepê desbloqueou no corredor central, tocou para Namaso e o inglês desviou para o avançado, que à saída de Bruno Varela finalizou de forma perfeita para reduzir a desvantagem (44′). Ao intervalo, o FC Porto estava a perder no Dragão com o V. Guimarães.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-V. Guimarães:]

Sérgio Conceição não fez as três alterações que tinha chegado a preparar ao intervalo, mas manteve a intenção de tirar Fábio Cardoso e lançou Zé Pedro. Do outro lado, Álvaro Pacheco trocou Afonso Freitas (que já tinha cartão amarelo) e Tomás Händel por Ricardo Mangas e Tomás Ribeiro, com Manu Silva a subir no terreno. O FC Porto voltou a entrar ligeiramente melhor, tal como tinha acontecido na primeira parte, e o V. Guimarães foi traído por um problema muscular de Mangas — que não chegou a estar 10 minutos em campo e foi substituído por Miguel Maga.

Sérgio Conceição voltou a mexer ainda antes da hora de jogo, lançando João Mário e Iván Jaime nos lugares de Jorge Sánchez e Alan Varela, e a partida ia atravessando um momento de alguma indefinição em que o FC Porto era a equipa mais perigosa — quase sempre através de Francisco Conceição, que assustou Bruno Varela com um remate que passou por cima da trave (55′). Ainda assim, o V. Guimarães não abdicava de tentar esticar a equipa, recusando-se a recuar setores e procurando o erro do adversário ao invés de esperar por ele, e Álvaro Pacheco deu sinal disso mesmo ao lançar Nélson Oliveira.

Taremi regressou aos relvados já dentro dos últimos 25 minutos e depois de quatro encontros em que nem fez parte da ficha de jogo, Iván Jaime viu Bruno Varela roubar-lhe o golo com uma grande intervenção (68′) e tudo ficou ainda mais agitado logo depois: num lance aparentemente inofensivo, Pepe protestou com o árbitro assistente, terá proferido palavras mais graves e Fábio Veríssimo não duvidou na hora de expulsar o central com cartão vermelho direto. Ou seja, a 20 minutos do fim e a perder no Dragão, o FC Porto estava reduzido a 10 elementos.

E até ao fim, precisamente, já pouco aconteceu. O FC Porto perdeu com o V. Guimarães no Dragão, somando a segunda derrota consecutiva no Campeonato, e ficou a nove pontos do Benfica e a 13 do Sporting, que tem menos um jogo — mais do que isso, ficou com apenas mais dois pontos do que o Sp. Braga e os vimaranenses. Num encontro onde nenhuma individualidade saltou à vista, Pepe acabou por ser a imagem de uma equipa que perdeu a cabeça e o norte ao ser um capitão que é expulso com vermelho direto e por palavras quando os dragões estavam a perder.

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