No dia em que o IPO do Porto assinala 50 anos de existência, o presidente da instituição anunciou a criação de um Conselho Consultivo do Doente Oncológico já este ano. “É necessário e importante que em Portugal se promova literacia para a saúde”, defendeu Júlio Oliveira, numa cerimónia em que assistiu a performances artísticas nos corredores e salas de espera durante a manhã, e um momento formal com a presença da secretária de Estado da Saúde, Ana Margarida Povo, no auditório principal.

Júlio Oliveira anunciou a criação do Conselho Consultivo do Doente Oncológico como uma forma de colmatar a necessidade de promover a “literacia” para a Saúde e para dar voz aos utentes. A medida inclui-se no objetivo do IPO de construir “uma instituição cada vez mais humanizada”. “A humanização é algo constante e que não é moda. É uma pedra basilar de tudo aquilo que é feito aqui no IPO do Porto”, defendeu.

O presidente executivo disse que foi nesta instituição que, a 17 de abril de 1974, se começou “a desconstruir utopias”. Júlio Oliveira considera que o IPO do Porto, “o mais novo entre os irmãos de Lisboa e Coimbra”, e “o único centro compreensivo de cancro reconhecido pela OECI (Organisation of European Cancer Institute)”, é hoje “o porto de abrigo daqueles que precisam de ajuda na fase mais difícil da sua existência”.

Júlio Oliveira anunciou o lançamento das Bolsas de Investigação Dr. José Guimarães do Santos, uma homenagem ao 1.º presidente do IPO do Porto. José Guimarães dos Santos foi médico cirurgião oncológico e esteve envolvido na abertura da instituição naquela cidade, onde executou várias funções de direção. Foi também presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia e iniciou a implementação do Programa de Rastreio do Cancro da Mama na zona norte do país. Morreu no dia 31 de janeiro de 2020, com 85 anos.

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Na cerimónia falou também a vereadora da Câmara do Porto, Catarina Araújo, em representação de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, e a secretária de Estado da Saúde, Ana Margarida Povo, em representação da ministra da Saúde. Ana Margarida Povo agradeceu o convite feito à ministra, o “empenho e dedicação” aos profissionais do IPO, e defendeu que “a área oncológica exige mais financiamento”, pelo crescimento do número de casos oncológicos.

A cerimónia começou com a atuação do Tomás Wallenstein, dos Capitão Fausto, e terminou com uma atuação de Manel Cruz, dos Ornatos Violeta

Durante a manhã, houve performances artísticas no corredores e salas de espera do Instituto, que foram de música a teatro, magia e dança. Os artistas interagiram com doentes, familiares e colaboradores.