O presidente cessante do FC Porto, Pinto da Costa, recebeu 35 dias de suspensão, devido a críticas à arbitragem após o encontro no Estoril, da I Liga, anunciou nesta terça-feira o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

Em comunicado, a secção profissional refere que o dirigente, de 86 anos, foi punido com mais de um mês de castigo e 5.610 euros de multa por “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”, em função das declarações prestadas no final da derrota da equipa orientada por Sérgio Conceição na Amoreira (1-0), em 30 de março, para a 27.ª jornada.

Pinto da Costa acusou o árbitro principal António Nobre, da associação de Leiria, de “não ter condições para estar a apitar” a visita do FC Porto ao Estoril, cujos incidentes levaram à abertura de participações aos “dragões”, que receberam uma coima de 15.810 euros, e ao dirigente, igualmente crítico para com Tiago Martins, videoárbitro (VAR) dessa partida.

António Nobre expulsou o guarda-redes Diogo Costa e o avançado Francisco Conceição, ambos do FC Porto, e Bernardo Vital, defesa central do Estoril Praia, tendo aplicado essa sanção após o apito final a Luís Gonçalves, administrador da SAD dos “azuis e brancos”.

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Prestes a fechar uma série de 15 mandatos e 42 anos na liderança do FC Porto, após ter perdido as eleições de sábado para André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol “azul e branca”, Pinto da Costa poderá impugnar a decisão junto do pleno do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, tendo esse recurso efeitos suspensivos.

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Se o pleno do órgão mantiver a decisão original, há ainda possibilidade de submeter uma providência cautelar junto do Tribunal Arbitral do Desporto, mas, como a decisão apenas incide em zonas técnicas, nunca coloca em causa a presença do presidente em exercício “azul e branco” na tribuna presidencial do Estádio Nacional, em Oeiras, onde o FC Porto jogará a final da Taça de Portugal com o Sporting, líder isolado da I Liga, em 26 de maio.

Esse encontro finaliza a época dos “dragões” e deverá assinalar a despedida de Pinto da Costa como presidente da SAD, cerca de três semanas depois da tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube, numa cerimónia que ficou hoje marcada para 7 de maio.

Em face dos prazos impostos pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código do Mercado dos Valores Mobiliários, só depois desse momento pode ser solicitado ao ainda líder da Mesa da Assembleia Geral a convocação de uma reunião para a investidura da próxima equipa da SAD, responsável pela administração do futebol profissional portista.

José Lourenço Pinto tem 15 dias para a marcação desse evento, mas, mesmo que o faça com rapidez, o prazo de 21 dias de antecedência mínima para a realização dessa sessão impede que a sucessão fique concluída em tempo útil antes da final da Taça de Portugal

André Villas-Boas tornou-se o 34.º presidente da história do FC Porto, ao somar 21.489 votos (80,28%) para se superiorizar nas eleições de sábado dos órgãos sociais do clube, interrompendo uma série de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa, que juntou 5.224 (19,52%), enquanto o empresário e professor Nuno Lobo contabilizou apenas 53 (0,2%).

O ato eleitoral mais concorrido de sempre do FC Porto contou com a afluência de 26.876 associados ao Estádio do Dragão, tendo também havido 73 votos em branco e 37 nulos.

A inédita eleição de André Villas-Boas, de 46 anos, implica o fim do “reinado” presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que já comandava o FC Porto desde 17 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.