O treinador português José Mourinho disse esta quarta-feira que não ter convites para orientar clubes de futebol portugueses, mas assegurou que pretende regressar, em breve, ao ativo.

“Quero treinar, é uma parte fundamental da minha vida. Sem treinar, não há felicidade. Onde? Num clube qualquer que tenha um bom centro de treinos. Mas não tive convites de clubes portugueses”, disse o técnico, à margem de uma homenagem promovida pelo Rio Ave à equipa que, em 1984, chegou à final da Taça de Portugal, orientada por Félix Mourinho, pai de José Mourinho.

O técnico, que está sem clube desde que deixou o comando dos italianos da Roma, em janeiro deste ano, disse que ainda não tem projetos e reconheceu que há uma expectativa sobre o seu próximo desafio.

“O que tiver de acontecer vai acontecer. Sei o peso da minha história. Que mesmo quando treino equipas não talhadas para ganhar, as pessoas esperam que eu ganhe sempre. Nas duas últimas épocas joguei duas finais europeias e quero jogar mais”, desabafou.

Questionado se o facto de André Villas-Boas ser agora o presidente do FC Porto pode proporcionar a vontade de treinar o Benfica, José Mourinho sentiu-se incomodado.

“Não me façam perguntas dessas. Não ando no futebol movido por esses sentimentos. Não me façam perguntas de clubes que têm treinador. Mantive-me sempre à parte de qualquer comportamento não ético”, disse o técnico, que já orientou as ‘águias’.

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O treinador falou ainda sobre as eleições no FC Porto, mas preferiu manter uma distância, embora acreditando na competência de André Villas-Boas.

“Há 15 anos que não trabalhamos juntos e, em 15 anos, as pessoas mudam muito, para bem e para pior. Ele preparou-se para este desafio na sua vida e, se se candidatou, é porque ele próprio sente capacidade para isso. Tal é o mais importante, não o que as pessoas pensam dele”, afirmou.

O treinador disse “estar na história do FC Porto como treinador e não como associado”, preferindo não comentar a derrota eleitoral de Pinto da Costa.

“Mantive-me afastado das eleições e continuarei fora daquilo que é a atualidade do clube. Obviamente que é um clube importante na minha história, mas quem sou eu para dizer algo mais do que a história diz sobre o presidente Pinto da Costa. Quanto a Villas-Boas, vivi perto durante cinco ou seis anos e obviamente que não posso dizer algo negativo sobre ele”, completou.

José Mourinho foi um dos convidados das celebrações promovidas pelo Rio Ave para assinalar os 40 anos da primeira vez que a equipa do clube chegou a uma final da Taça de Portugal, sendo orientado pelo seu pai, Félix Mourinho, num jogo em que os vila-condenses perderam com o FC Porto por 4-1.

“Eu vivi isso tudo cá antes de entrar na faculdade e podem imaginar que, com 18 anos, foi um ano cheio de recordações. O meu pai é uma inspiração. Sempre foi difícil carregar o peso de ser filho de quem era, pela dimensão humana de alguém que como homem roçava a perfeição. É um peso que carrego com orgulho”, concluiu o treinador.

“Portugal é um dos três favoritos a vencer o Euro2024”

O treinador de futebol José Mourinho englobou, hoje, Portugal no lote das três seleções favoritas a vencer o Campeonato da Europa, que se disputa este ano, na Alemanha.

“Para mim, Portugal, França e Inglaterra são as três seleções mais fortes. Podem haver surpresas, mas, olhando para a qualidade dos jogadores, têm tudo para ganhar”, disse o técnico.

O treinador, de 61 anos, que está sem clube desde que deixou o comando dos italianos da Roma, em janeiro, confessou ter tido um convite para orientar a seleção e não descartou essa possibilidade.

“Tive a possibilidade de treinar a seleção, e foi uma possibilidade muito real. Mas, agora, estamos no Euro com um treinador que tem feito um ótimo trabalho, com uma geração ótima de jogadores e quero que tudo corra muito bem, que é ganhar. Ganhando, ele vai continuar e vão até ao próximo Mundial. Se tiver de acontecer, algum dia vai acontecer”, disse José Mourinho.

O treinador comentou também o alegado interesse de clubes ingleses no técnico do Sporting, Rúben Amorim: “Gosto dele como pessoa e treinador. Acho que tem condições para treinar em qualquer liga e clube. Mas está numa liga boa e num grande clube. A decisão é dele e dos clubes que o queiram. Aquilo que fica claro é que gosto da pessoa e do treinador”.