Podia ter sido na quinta-feira, tinha de ser este sábado. É certo que o Al Hilal sofreu uma pequena deceção no arranque da temporada quando perdeu a final da Taça dos Campeões Árabes e uma grande desilusão já na parte final, quando foi eliminado nas meias-finais da Liga dos Campeões da Ásia frente ao Al Ain, mas nem isso conseguiu colocar em xeque uma temporada altamente positiva de Jorge Jesus na Arábia Saudita que, após a conquista da Supertaça e de uma série de triunfos consecutivos que só acabou no livro do Guinness, teria agora a coroação final com a festa do Campeonato na receção ao Al-Hazm em Riade.

No futebol, claro, tudo é possível. No entanto, o adiamento do título teria de reunir condimentos que seriam no mínimo altamente improváveis. Por um lado, o Al Hilal, que somava 23 vitórias consecutivas na prova, teria de perder em casa onde só perdeu pontos com o Al-Fayha na segunda ronda da prova (empate a um). Por outro, o Al-Hazm, que lutava ainda pela derradeira réstia de esperança de ficar no principal escalão, tinha somente um triunfo nos últimos 14 compromissos oficiais. O Al Nassr esperava mas sem esperança numa reviravolta que ficaria na história, sendo que ambos vão ainda jogar no Campeonato num duelo quase de preparação para a final da Taça do Rei saudita, no final de maio. E cedo se percebeu isso mesmo.

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Depois do golo inaugural por Mitrovic de grande penalidade no quarto de hora inicial (15′), o último da Liga saudita ainda conseguiu empatar contra a corrente do jogo por Faïz Selemani (34′) mas a equipa de Jesus acelerou até ao intervalo e decidiu a partida com goleada: Ahmed Al-Juwaid fez o 2-1 com um autogolo aos 39′, Mitrovic (que fez mesmo muita falta ao Al Hilal nos compromissos das meias-finais da Champions com o Al Ain…) bisou aos 45+3′, Milinkovic-Savic marcou o 4-1 aos 45+6′. Em sete minutos, tudo arrumado.

A segunda parte acabou por perder qualidade, com o Al-Hazm a ver ainda um golo anulado a Omar Damen Al Ruwaili em período de compensação (90+4′), mas com os adeptos do Al Hilal já em festa com o regresso aos títulos depois do triunfo do Al-Ittihad de Nuno Espírito Santo em 2023, consolidando a hegemonia recente na Liga saudita depois de cinco triunfos entre 2017 e 202 e passando a ter agora mais do dobro de Campeonatos do que os segundos no palmarés, o Al-Ittihad e o Al Nassr (19-9). As equipas de Riade reforçaram também o seu peso a nível de troféus, passando a ter 33 entre Al Hilal, Al Nassr e Al-Shabab. Ainda com três jornadas por disputar, o Al Hilal soma 89 pontos, mais 12 do que o Al Nassr,  com um total de 29 vitórias, dois empates, 95 golos marcados (agora melhor ataque da prova) e apenas 21 consentidos.

Com a conquista do Campeonato, Jorge Jesus somou o terceiro título na Arábia Saudita pelo Al Hilal (antes tinha ganho as Supertaças de 2018 e 2023) e leva 21 no currículo: dez no Benfica (três Campeonatos, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça), cinco no Flamengo (uma Taça dos Libertadores, um Campeonato, uma Supertaça Sul-Americana, um Campeonato Paulista e uma Supertaça do Brasil), os três supracitados no Al Hilal, dois no Sporting (uma Taça da Liga e uma Supertaça) e um na Turquia (Taça).