A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) saudou esta quarta-feira a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, mas salientou que são precisas alternativas para responder à procura turística dos próximos 15 anos, até que a nova infraestrutura esteja pronta.

“Uma decisão é uma boa notícia, uma decisão com consenso técnico e consenso político é igualmente uma boa notícia, porque reforça esta convicção de todos — do país político, do país económico e do país social – de que essa decisão era necessária, era precisa e é hoje absolutamente prioritária”, defendeu o presidente da AHP, Bernardo Trindade, em declarações à Lusa.

Na terça-feira, o Governo anunciou a decisão de construir um novo aeroporto internacional de Lisboa em Alcochete, acreditando que poderá estar pronto em 10 anos, e de promover investimentos para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, até ser integralmente substituído pela nova infraestrutura na margem sul do rio Tejo.

Não nos iludamos, a conclusão do novo aeroporto demorará 15 anos“, disse esta quarta-feira o presidente da AHP, considerando necessário “encontrar alternativas que permitam não dispensar o equivalente a 1,3 milhões de passageiros, que foi aquilo que o aeroporto de Lisboa teve de recusar em 2023”.

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“As obras na Portela têm e devem avançar, mas não são propriamente para aumentar a capacidade, mas sobretudo para melhorar o nível de serviço em terra e no ar e, portanto temos que olhar para alternativas que se coloquem até à conclusão do aeroporto”, realçou o representante dos hoteleiros.

Bernardo Trindade lembrou que uma das hipóteses discutida foi o aeroporto de Beja, que considera aceitável apenas para o tráfego que não tenha como destino Lisboa, devido à distância.

O setor do turismo defendeu a solução Montijo, apontando que era mais barata e de execução mais rápida do que as restantes alternativas.

“Conjuntamente com a Portela, tínhamos uma capacidade idêntica à do aeroporto de Madrid. Essa hipótese foi rejeitada, então com a mesma capacidade de rejeitar uma solução como essa, temos de pensar nas soluções alternativas face às alternativas à volta de Lisboa, onde temos algumas infraestruturas aeroportuárias”, vincou o presidente da AHP.