O presidente da Câmara Municipal do Seixal congratulou-se esta quarta-feira pela construção do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e lembrou que foi o Seixal que impediu que fosse cometido um “erro estratégico” para o país.

“Foi sem dúvida a luta da Câmara Municipal do Seixal que impediu que se cometesse um erro estratégico gravíssimo para o país que teria sido a opção Montijo, que foi considerada pela Comissão Técnica Independente como a pior das opções”, disse Paulo Silva em declarações à agência Lusa.

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O autarca explicou que o município do Seixal usou na altura todos os meios, nomeadamente o direito de veto, para não deixar avançar a opção Montijo.

“Vale a pena lutar quando temos razão na luta. Na altura fomos muito criticados e disseram que nós os comunistas estávamos contra o desenvolvimento da região. Não, nós estávamos era a lutar pelo desenvolvimento da região de Setúbal defendendo boas opções”, disse.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou terça-feira que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

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“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no Campo de Tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, revelou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).

O presidente da autarquia do Seixal adiantou que “a opção pelo Aeroporto do Montijo atingiria milhares de pessoas, entre 30 a 35 mil habitantes, cujas residências se situavam no cone de aterragem e de descolagem previsto, da Quinta do Conde, de Coina/Palhais, da Baixa da Banheira, do Vale da Amoreira e do Lavradio”.

Noutras zonas residências do concelho, frisou, sobretudo na freguesia de Fernão Ferro e na freguesia da Aldeia de Paio Pires, que ficam contíguas à área afetada pelo referido cone, o ruído “iria ultrapassar em muito o que é admissível, colocando em causa a saúde e bem-estar das populações”.

Já no caso da opção Alcochete, o autarca sublinha que é sem dúvida a solução que mais salvaguarda as populações, incluindo os munícipes do Seixal, e a melhor em termos económicos e ambientais.