O presidente do Chega, André Ventura, mostrou-se “estruturalmente contra” o cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considerou ser “mais um tacho” e “mais uma carrada de dinheiro que se gasta”.

“Não precisamos de um diretor executivo do SNS porque temos um ministro da Saúde, temos um cargo que já é para gerir a saúde. Estamos a criar cargos em cima de cargos desnecessariamente”, afirmou.

André Ventura, que falava à margem de uma reunião com a direção da Casa de Saúde de São João de Deus, no Funchal, no âmbito da campanha para as eleições regionais de domingo, reagia assim à nomeação do médico António Gandra d’Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do SNS, anunciada hoje pelo Ministério da Saúde.

“O que vou dizer não tem nada a ver com o nome e com o percurso pelo qual tenho reconhecimento e também a ideia de que se trata de uma personalidade com empenho e com vontade de contribuir para a causa pública, nada tem que ver com isso”, alertou, antes de considerar que o cargo é “mais um tacho”.

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André Ventura disse não entender a necessidade do cargo, vincando que não há direções executivas nos outros ministérios.

“É mais um cargo político, é mais um tacho, é mais um salário, é mais uma carrada de dinheiro que se gasta”, disse, acrescentando que “o Dr. Fernando Araújo [agora substituído por Gandra d’Almeida] esteve no cargo de diretor executivo do SNS e a saúde não parou de piorar nos últimos dois anos“.

O líder do Chega desafiou, por outro lado, o Governo da AD a reduzir em 25% até ao final do ano os cargos políticos do Estado e também a frota automóvel, estimada em 25.000 viaturas, na mesma percentagem.

Na ocasião, André Ventura abordou também a proposta do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, na sequência de uma revisão do Regimento, para que seja criado um voto de repúdio ou rejeição, perante um insulto ou uma injúria, que será votado quase de imediato.

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“O que eu acho, honestamente, e vou procurar não ser deselegante, acho que isto é um absoluto disparate“, disse, lamentando que o país esteja “parado por causa de umas expressões sobre turcos ou sobre o ambiente que se vive no parlamento”.

Ventura considerou que o país tem muitos problemas para resolver e, por isso, criticou o facto de a discussão na Assembleia da República incidir sobre os nomes que se pode pronunciar: “se podemos dizer turcos, chineses, se podemos dizer eu vi-me grego para chegar aqui“.

“Eu gostava que o senhor presidente da Assembleia da República ponderasse no que é que pode estar a criar na Assembleia da República, porque imagine que, agora, a cada momento que algum grupo parlamentar se sente ofendido ou maltratado já tinha a defesa da honra, agora tem a defesa da honra e um voto de repúdio”, disse.

A posição de José Pedro Aguiar-Branco foi transmitida esta quarta-feira pelo secretário da mesa da conferência de líderes, o deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira, que adiantou que a discussão da questão da liberdade de expressão dos deputados e sua compatibilização com “linhas vermelhas” em relação a discursos considerados xenófobos ou injuriosos foi debatida ao longo de mais de hora e meia.

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Uma questão que foi levada a conferência de líderes na sequência de um incidente na sexta-feira, de manhã, em plenário, em que o presidente do Chega, André Ventura, se referiu à capacidade de trabalho dos turcos.

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Na sequência deste caso, o presidente da Assembleia da República apresentou na conferência de líderes um “dossier” com preceitos constitucionais, do estatuto dos deputados e do Regimento relacionados com os poderes de intervenção do presidente do parlamento.