Quatro crianças alvo de abuso sexual foram identificadas este mês durante a 14.ª operação internacional da Europol de identificação de vítimas, em que participou a Polícia Judiciária (PJ), foi nesta sexta-feira anunciado.

A PJ informou em comunciado que representou Portugal na mais recente operação “Victim Identification Task Force” (Força de Identificação de Vítimas), que decorreu em Haia, nos Países Baixos, entre 29 de abril e 10 de maio, e que “permitiu até agora identificar e salvar quatro crianças vítimas de abuso sexual”.

A operação, na qual participaram forças policiais de 24 países e a Interpol, teve como objetivo identificar vítimas e agressores em mais de 68 milhões de ficheiros com conteúdos de abuso sexual infantil.

Segundo a PJ, nos 12 dias da operação foram analisados mais de 404 séries de dados que retratam crianças vítimas de abuso sexual, “tendo os especialistas conseguido identificar os países onde os crimes provavelmente foram executados”.

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No decorrer da operação foi ainda possível identificar material de exploração sexual infantil “produzido muito recentemente, algum já este ano”, mas também os chamados “casos frios” (antigos) com fotos e vídeos feitos há mais de cinco anos.

“As imagens e vídeos retratam vítimas masculinas e femininas de idades variadas, originárias de diferentes países. As idades das vítimas que surgem em imagens e vídeos vão desde crianças com menos de três anos até adolescentes”, explica a PJ na nota nesta sexta-feira divulgada.

Desde 2014, a Europol tem vindo a reunir regularmente peritos em identificação de vítimas de todo o mundo para se concentrarem em casos não resolvidos de abuso sexual de crianças, apontando os dados para mais de 700 crianças protegidas e 230 agressores detidos neste período.

“Além da elevada importância nacional e internacional do propósito desta ‘Task Force’, (identificação de vítimas), a participação de profissionais relacionados com a investigação de abuso e exploração sexual de menores assume uma excelente oportunidade para troca de experiências, práticas e ferramentas policiais e judiciais, bem como para o estabelecimento de canais de comunicação mais estreitos e céleres”, destaca a Judiciária.