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Espanha, Noruega e Irlanda vão responder de forma “coordenada, serena e firme” às “provocações, ataques e boatos infames” de Israel, garantiu esta terça-feira o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Jose Manuel Albares.

Os três países estão a ser alvo dos mesmos ataques, sobretudo através de declarações e publicações nas redes sociais do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, sublinhou esta terça-feira Albares, que disse ter já falado com os homólogos da Noruega e da Irlanda.

“Acordámos dar uma resposta coordenada, serena e firme. Ninguém nos intimida e ninguém afastará o Governo de Espanha de apoiar a legalidade internacional, a justiça e o sentimento profundo do povo espanhol em relação à Palestina e também de amizade com o povo de Israel”, afirmou José Manuel Albares.

O ministro espanhol falava numa conferência de imprensa em Madrid, no final da reunião do Conselho de Ministros de Espanha que aprovou o reconhecimento formal da Palestina como Estado.

Pouco antes, na rede social X, o ministro Israel Katz tinha acusado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de ser “cúmplice do genocídio judeu” por reconhecer o Estado palestiniano.

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Albares disse aos jornalistas que Espanha, Noruega e Irlanda não fazem política externa “a golpe de ‘tweet'” e que vão atuar no momento que considerarem oportuno e adequado, não quando “outros querem” ou em reação “a provocações”.

O ministro espanhol disse que o homólogo de Israel está “há muitos dias a fazer provocações” e a publicar “boatos desprezíveis” nas redes sociais, numa estratégia para desviar atenções de decisões das instâncias judiciais internacionais que pedem a Telavive para parar com a ofensiva militar em Gaza.

Para Albares, Katz queria ainda que hoje não se falasse do reconhecimento da Palestina por três países, de apelos ao cessar-fogo ou da necessidade de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

A resposta chegará “no momento adequado”, não quando “lhes interessar”, disse Albares.

Israel criticou Espanha, Irlanda e Noruega por reconhecer o Estado da Palestina e decidiu impedir o consulado espanhol em Jerusalém de prestar serviços a palestinianos da Cisjordânia.

Albares disse hoje que o governo espanhol está a avaliar se esta decisão de Israel viola a legalidade internacional e reiterou que o reconhecimento formal da Palestina “não é contra ninguém”, sobretudo contra o povo de Israel.

“A segurança de Israel e a paz na região estão estreitamente entrelaçadas com a esperança do povo palestiniano de ter um Estado”, disse Jose Manuel Albares, que afirmou ser esta a “única via para garantir a Israel a segurança legitimamente reivindica e o único caminho viável para a paz na região”.

Espanha, Noruega e Irlanda reconhecem formalmente a Palestina como Estado a partir desta terça-feira, juntando-se a mais de 140 países que já o fizeram em todo o mundo num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.

Estado Palestiniano. Espanha, Irlanda e Noruega avançam com reconhecimento, Joe Biden diz que “só mediante negociações”

O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.

O Governo israelita condenou Espanha, Irlanda e Noruega, argumentando que estes países enviam a mensagem aos palestinianos de que “o terrorismo compensa”.