Não foi propriamente um ocaso completo, também não andou muito longe disso. Após a conquista do título de 2016, numa geração com Rafael Leão, Diogo Costa, Diogo Dalot, Florentino Luís ou Diogo Leite, Portugal não voltou a conseguir grande protagonismo nos Campeonatos da Europa Sub-17 que se seguiram à exceção de 2022, quando caiu no desempate por grandes penalidades frente à França. Falhou a presença em 2017, ficou na fase de grupos em 2018, foi aos quartos em 2019, caiu de novo nos grupos na última edição. Agora, mesmo tendo enfrentado aquilo que todos descreviam como o “grupo da morte”, não só garantira a passagem aos quartos como tinha teoricamente uma missão menos complicada por ser o primeiro do grupo D.
“A derrota nunca é positiva, nem serviu para colocar os jogadores em alerta porque estávamos em alerta desde o princípio. O grupo sempre foi considerado o ‘grupo da morte’ mas nós, ‘à portuguesa’, achamos que o problema é sempre dos outros, nunca é nosso. Aquilo que aconteceu à Espanha, considerada pelos seus responsáveis como uma geração de ouro, poderia ter acontecido a Portugal. Vínhamos com a certeza de que queríamos fazer o melhor possível mas que poderíamos ter uma ou duas derrotas. As equipas são tão iguais e com tanta qualidade que nos podia ter acontecido a nós. Tivemos sucesso, atingimos o objetivo principal que era ficar em primeiro lugar do grupo e passar aos quartos. Não é a derrota ou a vitória que nos tira os pés do chão e preparei os jogadores para isto. Eles estão focados e serenos”, comentara o técnico João Santos, após uma derrota com França que se seguiu a dois triunfos claros diante de Espanha e Inglaterra.
Eles jogam, nós ganhamos: Portugal bate Espanha no arranque do “grupo da morte” do Europeu Sub-17
“A Polónia está nas oito melhores equipas, é uma seleção forte que já defrontámos em outubro. São muito fortes fisicamente, e aí poderemos ter mais dificuldades, até porque o cansaço é acumulado. Têm um estilo de jogo muito objetivo, com dois avançados possantes e que criam alguns problemas. Têm as suas fragilidades como qualquer equipa e são essas que vamos procurar explorar. Queremos e temos de fazer o nosso jogo e estar ao melhor nível, porque se baixarmos um bocadinho nestas situações, será sempre mais complicado”, acrescentara o selecionador, de olhos postos no regresso às meias-finais de um Europeu onde poderia encontrar a Sérvia, que vencera na véspera a Áustria por 3-2 e passara à fase seguinte na prova.
E se Rodrigo Mora tem sido o grande destaque em Chipre, não só de Portugal mas da própria competição, os jogadores nacionais mostraram sobretudo durante a fase de grupos que, qualidade individual à parte, quando funcionam como coletivo são superiores ao adversário. Foi isso que se viu. Aliás, com uma eficácia na zona de finalização ligeiramente acima para materializar as inúmeras oportunidades criadas ao longo do encontro, a vitória teria contornos de goleada. Não aconteceu. No entanto, chegou e sobrou para as meias.
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As entradas nos jogos da fase de grupos não foram propriamente famosas, a entrada nos quartos foi quase de sonho. Desde o minuto inicial que Portugal esteve sempre no comando das operações mas a isso juntou-se a eficácia de, no primeiro remate, marcar o primeiro golo: cruzamento da esquerda cortado por Potulski para a entrada da área e remate forte de Eduardo Felicíssimo a sofrer ainda um ligeiro desvio mas a bater Jelen (5′). Com o meio-campo polaco a descer em demasia, a Seleção podia avançar linhas para controlar com bola mas nem a desvantagem fez com que o adversário abdicasse da ambição de continuar a fazer surpresa, com uma insistência de Pietuszewski sobre Rafael Mota a dar remate para grande defesa de Diogo Ferreira (10′).
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Só mesmo por erros contrários a Polónia conseguia fazer algo no último terço, só mesmo por eficácia ou falta dela Portugal não conseguiria outra expressão na vantagem clara que tinha em campo. No entanto, e quando chegámos ao intervalo, era tudo isso que o resultado espelhava: Eduardo Fernandes atirou por cima na área após assistência de Rodrigo Mora (24′), Gabriel Silva não conseguiu superar Jelen isolado (31′), Eduardo Fernandes teve um remate de meia distância à trave (39′), Jelen também desviou para o poste um livre lateral de Geovany Quenda (40′) e Rodrigo Mora falhou isolado na área em boa posição (45+2′), sendo que pelo meio, contra a corrente do jogo, foi Izunwanne a aproveitar o espaço na área para fazer o 1-1 (34′).
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Portugal teria apenas de continuar a fazer o que fizera até aí na segunda parte e, em grande parte, foi isso que se viu, com uma série de oportunidades criadas que não tiveram a melhor finalização e a Polónia sempre a jogar no erro para tentar “empurrar” a pressão de uma Seleção Nacional sempre superior. Contudo, entre esse festival de bolas de golo desperdiçadas, houve uma que entrou: Geovany Quenda, que fez também a sua melhor exibição neste Europeu, rematou cruzado após uma arrancada de Rodrigo Mora, Jelen defendeu mas a recarga acabou por bater no peito do avançado do FC Porto, que voltou a ser decisivo com o 2-1 (59′).
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