Começou com uma promessa eleitoral, acabou com uma enorme legião de fãs em apoteose nas ruas de Istambul. José Mourinho foi oficializado no domingo como novo treinador do Fenerbahçe e a notícia depressa chegou aos quatro cantos do mundo, com a festa a ganhar forma no Estádio Sükrü Saraçoglu, onde foi apresentado aos adeptos.

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A festa prosseguiu esta segunda-feira, embora o evento tenha sido bem mais pequeno do que aquele que se registou na véspera. Na sala de imprensa, o Special One deu a primeira conferência de imprensa como treinador do clube turco e abordou, de um modo geral, o que poderá ser a próxima época, passando pelo regresso aos títulos e potenciais reforços.

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“Gostava de fazer das palavras do presidente [Ali Koç] as minhas palavras: agradeço a todos os adeptos que vieram ontem [domingo] cá, bem como os que em casa celebraram o facto de eu ter vindo para o clube. A primeira pessoa que me contactou foi Mário Branco, que, como sabem, é o diretor desportivo do Fenerbahçe. Foi o gatilho para a minha atenção, para o meu interesse em tornar-me treinador do clube. Há muitos rumores quando estou em qualquer clube, mas a verdade é que nunca falei de qualquer jogador, foi sempre sobre o projeto, a estabilidade que quero encontrar. Era um treinador livre, sem ligações a qualquer clube, não pedi autorização a ninguém. Consultei a minha família e amigos, que me aconselharam”, começou por dizer Mourinho.

“Em Portugal temos a Liga turca transmitida em direto. Seguia os jogos. Como treinador e como pessoa tenho coisas boas e más. Uma das coisas é que trago atenção comigo e mais gente na Europa vai seguir a Liga turca. Quero que o futebol turco melhore, evolua, mas se tiver de elevar a voz para defender o Fenerbahçe, não vou pensar duas vezes”, acrescentou, garantindo que a melhor forma de agradar aos adeptos é “ganhando”.

“Agora movemo-nos um pouco em direção aos perfis que quero para melhorarmos a equipa, mas antes nunca falámos de nomes. Nomes de jogadores do meu clube anterior… [temos] Zero interesse em jogadores da Roma. Em relação aos jogadores que saem é o mesmo do que os que vêm. Há que ter respeito, falar com eles e não ter os nomes na imprensa. Temos de tentar fazê-lo de forma privada. Falaram do Lukaku, do Dybala… não quero nenhum deles. Em relação ao staff, o mais importante é que eu sou o patrão, quem são, quantos são, isso não importa. Trabalharão para o clube, serão de grande qualidade, porque eu só trabalho com gente de altíssima qualidade. Sou egoísta a esse nível, quero a atenção toda para mim”, afirmou o treinador natural de Setúbal sobre a preparação da próxima época.

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Por fim, José Mourinho foi questionado sobre o que é preciso o Fenerbahçe mudar para ser campeão, afirmando que pretende que “na próxima época haja mais equilíbrio, mais equipas a lutar pelas primeiras posições. “Se tiver menos de 99 pontos [pontuação do segundo classificado] e ganhar o título, é o que quero”, garantiu. Quanto ao que irá fazer para continuar a ser chamado de Special One, o português não tem dúvidas: “Tenho de chegar aos sonhos dos adeptos, se eles estiverem felizes, eu serei especial. Não gosto de anos sabáticos, de férias, de trabalhar em clubes sem ambição, mas sei que para se ser especial é preciso fazer algo especial para os adeptos. E isso faz-se a dar alegrias, ganhando jogos e títulos. Essa é a minha ambição e o meu sonho”.