O presidente do governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou esta quarta-feira que o “tempo de brincadeira dos partidos acabou”, reiterando que está disponível para dialogar com todos e que é imperativo aprovar o Orçamento Regional até julho.
O tempo de brincadeira dos partidos acabou, é imperativo, é importantíssimo neste momento o governo ter o seu programa aprovado e aprovarmos o orçamento até julho, se não ficamos sem orçamento este ano e isso não é nenhuma brincadeira”, declarou Miguel Albuquerque, à margem de uma visita a um projeto de energias renováveis no Parque Empresarial da Ribeira Brava.
O presidente do governo regional (PSD), que tomou posse na quinta-feira, foi questionado sobre a situação política na região e o eventual chumbo do programa do governo, que será discutido e votado na próxima semana, no parlamento madeirense.
Se o JPP votar contra o documento, e tendo por base os votos contra já anunciados por parte do PS e do Chega, o programa do governo será chumbado.
“Nós neste momento estamos disponíveis e estamos a conversar com todos os partidos e estamos disponíveis para fazê-lo. Nós somos um partido responsável, nós temos é que saber interpretar a vontade dos madeirenses e a vontade dos madeirenses foi muito clara”, disse, sem especificar as conversações em curso.
O que é fundamental neste momento é haver entendimentos e responsabilidade de cada força partidária”, reforçou o presidente do executivo madeirense, insistindo que há “uma panóplia vastíssima de decisões que têm de ser tomadas e que não são compatíveis exatamente com a inexistência de um governo”.
O PSD venceu as regionais antecipadas, em 26 de maio, com a eleição de 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta.
O PS elegeu 11 deputados, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.
O PSD firmou um acordo parlamentar com os centristas após as eleições, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta.
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.
O PS e o JPP anunciaram um acordo para retirar o PSD do poder (apesar de também não conseguirem uma maioria absoluta), mas Albuquerque voltou a ser indigitado como chefe do Governo Regional.