O Presidente francês Emmanuel Macron anunciou durante a cimeira do G7 que a França, os Estados Unidos e Israel irão trabalhar num formato trilateral num plano francês para conter as tensões na fronteira israelo-libanesa.

“Todos partilhamos uma preocupação sobre a situação na fronteira com o Líbano”, disse Macron à imprensa na quinta-feira, após o primeiro dia de reuniões em Borgo Egnazia, no sul de Itália.

Adotámos o princípio de uma troika Israel-Estados Unidos-França para avançar no plano que propusemos. Faremos o mesmo com as autoridades libanesas”, acrescentou o chefe de Estado francês.

Desde o final de janeiro que a França tenta conter a violência na fronteira entre Israel e o Líbano, algo que suscitou receios de uma guerra aberta.

Paris apresentou um primeiro plano a ambas as partes, que foi alterada no início de maio, a pedido de Beirute, que considerou a primeira versão demasiado favorável a Israel. O plano propõe o fim da violência de ambos os lados e a retirada das forças da Al Radwan, a unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah, e de outros grupos armados, de uma zona tampão de dez quilómetros junto à fronteira com Israel.

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O plano exige ainda total liberdade de movimentos para a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, assim como um papel mais importante e um reforço de tropas para o exército libanês. O Hezbollah tem recusado entrar em negociações enquanto não houver um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, onde Israel lançou uma ofensiva contra o Hamas, após o movimento islamita palestiniano ter lançado um ataque sem precedentes em solo israelita em 8 de outubro.

A agência de notícias estatal libanesa avançou esta sexta-feira que um civil foi morto e pelo menos outras sete pessoas ficaram feridas durante bombardeamentos noturnos lançados pelo exército de Israel no sul do Líbano. De acordo com a agência, “aviões de guerra inimigos lançaram um ataque contra uma casa” em Janata, uma pequena localidade localizada na região de Tiro, na quinta-feira à noite.

Horas antes, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) tinham anunciado novos bombardeamentos contra “edifícios militares” e “infraestrutura terrorista” do Hezbollah, no sul do Líbano.

Durante a noite, aviões de combate atacaram edifícios militares em Aita al Chaab e infraestrutura terrorista em Einta, no sul do Líbano”, anunciou o exército israelita, num comunicado.

As IDF sublinharam que os sistemas de defesa aérea lançaram um intercetador contra um “objetivo suspeito”, apesar de ter dito que foi “uma identificação errónea”. Os ataques aconteceram um dia depois de o Hezbollah lançar mais de 160 projéteis contra território israelita, num dos maiores ataques desde o início dos confrontos, há mais de oito meses, no que foi a resposta inicial à morte de um comandante do grupo, num bombardeamento executado na terça-feira por Israel contra o sul do Líbano.