A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) levantou o desaconselhamento a banhos nas praias de Matosinhos, em vigor desde terça-feira devido a contaminação microbiológica, adiantou esta quinta-feira a câmara municipal.
“A contra-análise realizada pela APA mostrou parâmetros normais na atividade microbiológica da água da praia de Matosinhos, pelo que esta é agora considerada própria para banhos”, referiu a autarquia, em comunicado enviado à Lusa.
Os banhos na praia de Matosinhos, no distrito do Porto, estavam desaconselhados desde terça-feira devido a valores microbiológicos acima dos parâmetros de referência na água, situação que motivou criticas do PSD e do Movimento António Parada, SIM.
O município garantiu que acompanha e monitoriza em permanência a qualidade da água naquela zona balnear estando a colocar em prática o Plano de Ação para a Melhoria da Qualidade das Águas das praias de Matosinhos e Internacional.
Este plano, que contempla diferentes ações, visa a deteção, caracterização e resolução de anomalias que possam alterar a qualidade da água na zona balnear, explicou.
Entre as medidas está o plano de reabilitação e valorização ecológica da ribeira da Riguinha e Carcavelos e a realização do cadastro municipal de águas pluviais, enumerou.
A autarquia, liderada pela socialista Luísa Salgueiro, salientou que o cadastro municipal de águas pluviais é “um trabalho exaustivo” que lhe permite conhecer com detalhe toda a rede de águas pluviais.
“Este trabalho é fundamental para a fase que está agora em curso e que consiste na deteção e inventariação dos pontos críticos de contaminação dos sistemas de drenagem de água em sistema urbano ou em meio natural”, frisou.
Relativamente à ribeira da Riguinha, a câmara contou que instalou lá uma tecnologia pioneira australiana que promove a despoluição de recursos hídricos por biorremediação natural (bioestimulação), através de placas de substrato que promovem o crescimento seletivo de biomassa endógena do meio hídrico, melhorando a capacidade de autodepuração e a qualidade dos recursos hídricos.
O resultado da implementação desta nova tecnologia deverá ser conhecido dentro de quatro a seis semanas, vincou.
Paralelamente, os técnicos da autarquia estão a trabalhar na deteção das ligações indevidas à rede pluvial abordando os respetivos proprietários dos artigos matriciais para corrigir estas situações, ressalvou.
“Trata-se de um trabalho demorado, que envolve a colaboração de privados, mas que a autarquia acredita que terá a aceitação da população”, acrescentou.
Além disso, a câmara prevê desenvolver campanhas de sensibilização e educação ambiental dirigida à população, escolas, empresas e organizações da sociedade civil.