O Brasil superou este ano os seis milhões de casos prováveis de dengue e, embora a incidência da epidemia tenha diminuído, foram registadas 4.019 mortes pela doença desde janeiro, indicaram fontes oficiais.
De acordo com um boletim epidemiológico divulgado esta sexta-feira pelo Ministério da Saúde, o número de casos prováveis é de 6.012.585 em pouco mais de seis meses.
Estão a ser investigadas mais 2.837 mortes, pelo que o número de mortos poderá ser muito superior.
Até agora, o número recorde de casos foi registado em 2015, com 1,6 milhões, enquanto o ano com mais mortes foi 2023, quando morreram 1.094 pessoas.
O Brasil, tal como toda a América Latina, sofreu este ano a pior epidemia de dengue da sua história, o que tem sido atribuído às perturbações climáticas provocadas pelo fenómeno El Niño, que fez subir as temperaturas e aumentou as chuvas em quase todas as regiões do país.
Desde fevereiro, o Governo brasileiro tem vindo a distribuir vacinas contra a dengue através do sistema público de saúde, mas devido ao reduzido número de doses disponíveis, limitou-as inicialmente a crianças e adolescentes.
No entanto, mais tarde aumentou o limite de idade para 59 anos, devido à baixa resposta dos cidadãos à vacinação.
As Américas são o continente mais afetado pela dengue, com mais de 8 milhões de casos, e a situação vai piorar nos próximos anos, segundo um relatório que prevê que a infeção se espalhará por praticamente todo o Brasil e México, os dois maiores países da América Latina, até 2039.
O estudo, publicado na revista Nature Communications e que envolveu cientistas do Canadá, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Brasil e México, prevê que, em 2039, 97% dos municípios do Brasil serão afetados pela dengue, enquanto no México essa percentagem será de 81%.
No Brasil, a maior parte das áreas invadidas nos próximos anos será no sul.