Fator casa, sempre o “fator casa”. O jogo 2 tinha sido igual ao jogo 1, o jogo 3 foi igual ao jogo 2. Não a nível de golos, faltas, bolas paradas ou momentos repartidos mas naquilo que no final mais interessa: o resultado. O FC Porto começou a jogar em casa, ganhou. O Benfica jogou depois em casa, ganhou. O FC Porto voltou a jogar em casa, ganhou. Agora surgia o jogo 4, que mantendo a lógica deveria terminar com um triunfo dos encarnados. No entanto, havia uma nuance: nas últimas três temporadas, decididas em sistema de playoff, o campeão foi encontrado duas vezes no reduto do adversário. Era isso que o Benfica tentava evitar agora no Pavilhão da Luz, era isso o FC Porto procurava “confirmar” naquele que era o primeiro match point.
“O emblema que trazemos ao peito tem de ser traduzido nos lemas do clube, com determinação, ambição, querer e, depois, qualidade. Não pode faltar nada, temos de levar tudo para o jogo e os jogadores têm de ter essa responsabilidade. Devemos pensar no que tem de ser a estratégia, a mentalidade, o aproveitamento do fator casa e a melhoria em termos de eficácia, principalmente ofensiva. É esse o foco, para perceber cenários que o jogo nos dá e termos lucidez. As bolas paradas terão importância mas temos de ser muito mais inteligentes na reação à perda e aos desarmes”, apontara Nuno Resende, técnico encarnado, à BTV.
“Vamos à Luz com o pensamento de fechar a eliminatória porque queremos ser campeões em Lisboa. Temos tudo para o conseguir, sabemos que o Benfica também vai fazer tudo para não sermos campeões na Luz, mas é importante irmos com o pensamento de fechar já. O Benfica tem a pressão do lado deles, porque não pode falhar, e vamos tentar aproveitar os erros que eles possam cometer. Vamos entrar tranquilos, a pensar no nosso jogo, focados no nosso trabalho, a aproveitar o que o Benfica nos der e aquilo que criarmos na Luz. Temos que defender bem para podermos criar no ataque e podermos estar tranquilos e confiantes no nosso trabalho”, salientara Gonçalo Alves, capitão dos azuis e brancos, em declarações aos meios do clube.
Era neste contexto que chegava a possível decisão, com a palavra “pressão” a ser mais reforçada entre o “fator casa” e a importância de defender bem. Era também à luz dos números recentes que se percebia aquilo que estava em causa, tendo em conta que o Benfica, que na última temporada se sagrou campeão com o Sporting no Pavilhão João Rocha, ganhara oito dos nove jogos do Campeonato frente ao FC Porto em casa. Agora, imperou a outra “regra”. E, pela terceira vez nos últimos quatro anos, o campeão fez a festa na casa do rival, desta feita com os dragões a vencerem e a passarem os encarnados no número de títulos (25-24).
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De forma quase paradoxal, a primeira parte teve mais momentos de parada e resposta do que nos encontros anteriores, com Pedro Henriques e Xavi Malián em destaque nas balizas, mas foi também aquele que menos golos teve até ao intervalo: Carlo Di Benedetto conseguiu sair rápido pela direita, rematou cruzado e fez o 1-0 que se mantinha ao descanso (18′), sendo que o irmão Roberto ainda marcou mas o lance acabou por ser anulado antes da recarga com o stick demasiado alto depois de nova intervenção atenta de Xavi Malián.
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No segundo tempo, o Benfica quis arriscar mais e o FC Porto aproveitou da melhor forma as saídas rápidas para o ataque para chegar ao 3-0 com golos de Di Benedetto (27′) e Ezequiel Mena (30′). Os azuis e brancos ficavam com uma mão e meia no título mas os encarnados não desistiram, com Roberto Di Benedetto a reduzir logo de imediato para 3-1 e a relançar a partida para 20 minutos eletrizantes, com muitos nervos à mistura entre protestos com decisões de arbitragem e ânimos mais exaltados em campo mas sem golos.
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