O ex-ministro João Galamba já pediu cinco vezes para ser ouvido no âmbito da Operação Influencer, na qual é suspeito de crimes de peculato e recebimento indevido de vantagem, mas sempre sem sucesso.

A informação é avançada pelo jornal Expresso, citando fonte judicial, que diz que os apelos de Galamba foram sempre recusados ou ignorados pelos magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). O semanário diz ainda que o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente Nuno Lacasta também já pediu para ser ouvido formalmente, algo que não aconteceu. Já João Tiago Silveira, ex-secretário de Estado da Presidência, não fez qualquer pedido.

Ao Expresso, outra fonte judicial explica que o facto de três arguidos ainda não terem sido ouvidos ao fim de quase oito meses é uma situação “frequente” — é sinal que o “Ministério Público não finalizou a análise da prova recolhida nas buscas para poder confrontar os arguidos com os factos que considera suspeitos”.

A Operação Influencer levou, a 7 de novembro, à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial. João Galamba, Nuno Lacasta e João Tiago Silveira são arguidos, mas não foram detidos.

O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

A legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão de Costa, após ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter siso extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.

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