“Um festival que acontece num arquipélago de nove ilhas, onde cada ilha tem uma identidade muito própria, também tem de se adaptar a cada cidade para conseguir unificar todas as sinergias”, explicou à agência Lusa Tiago Nunes, da CulturXis.

A 19.ª edição do festival, prosseguiu, vai apresentar uma “programação completamente plural, que vai desde a música clássica, ao jazz, às artes cénicas, a vários eventos participativos com a própria comunidade”.

O FIA vai arrancar a 08 de setembro no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo com o espetáculo “Arte em Nós — Fuga: E se a coragem tivesse um gesto, qual seria?”, com direção artística da coreógrafa Teresa Simas.

“É um projeto ligado às memórias do 25 de Abril. Vamos ter a Teresa Simas a trabalhar com dois bailarinos profissionais e grupos de amadores da ilha Terceira. Vai ser montando com a comunidade local e agentes culturais da ilha”, adianta.

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O Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, vai acolher a 15 de setembro a peça de teatro “O meu amigo H” (de Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu) e a 20 de setembro uma “viagem das músicas do mundo até ao fado” com a cantora Cristina Clara.

A 13 de setembro, também no Teatro Micaelense, vai acontecer um concerto da Sinfonieta de Ponta Delgada com a pianista Gulsin Onay e a soprano Carla Caramujo, que vai destacar a obra de Chopin e árias de ópera italiana e francesa.

“Toda a programação vai ter esta dinâmica plural”, realça Tiago Nunes.

Em Angra do Heroísmo, a 11 de setembro, realiza-se um concerto (com entrada livre) do trio Pavel Gomziakov, Andreï Korobeinikov e Tatiana Samouil em homenagem ao compositor russo Sergei Rachmaninoff e um recital de piano de George Harliono, a “estrela das redes sociais” que é um dos “pianistas mais importantes da sua geração”, a 20 de setembro.

A cantora Sofia Escobar vai subir ao palco do Teatro Angrense a 21 de setembro com o espetáculo “Do West End à Broadway”, que vai evocar o “melhor dos musicais”.

“O FIA é um festival de música completamente diferente dos outros festivais em Portugal porque vive toda esta magia e a parte humana que se leva a cabo nos vários eventos”, sinaliza o organizador.

A programação final, que vai passar pelas nove ilhas açorianas e inclui palestras e formações, só vai ser totalmente revelada “em breve”, mas já foram anunciados os concertos de Herman José e Gulsin Onay no Faial (a 28 e 17 de setembro, respetivamente) e de Luísa Tender no Pico (20 de setembro).

Também já foram divulgados os concertos do maestro António Victorino de Almeida em São Jorge (21 de setembro) e do guitarrista Bruno Chaveiro na mais pequena ilha do arquipélago, o Corvo, que vai demonstrar “toda a potencialidade da guitarra portuguesa” (a 19 de outubro).

“O nosso objetivo de programação, associado ao tema do festival ‘O fogo que se fez terra’, é a ideia de metamorfose. O fado tradicional de um cantor acompanhado por duas guitarras é mais do que isso. O fado evoluiu”, realça o diretor do FIA.

Tiago Nunes defende ainda que é através dos “concertos de fusão” que se “criam públicos”, permitindo aos espetadores “experimentar novas realidades”.

“O objetivo para o qual trabalhámos são novas fusões e novas experiências para assim a arte e a cultura trazer o bem às pessoas e podermos abrir horizontes através das grandes culturas que vão constar durante os dois meses de festival”, concluiu.

O FIA foi criado em 1984 pelo então diretor regional de Cultura, Jorge Forjaz, e pelo músico Adriano Jordão, tendo sido suspenso em 2002 e retomado em 2021 pela associação CulturXis.