Um conjunto de sondagens arqueológicas efetuadas no centro histórico de Vila Nova de Foz Côa permitiram colocar a descoberto um troço de muralha que os arqueólogos acreditam ser do século XVI, disse esta terça-feira à Lusa fonte do município.

“A localização, dimensões em cerca de 190 centímetros de largura e tecnologia de construção desta estrutura determinaram a sua identificação inequívoca com a muralha de Vila Nova de Foz Côa, cuja construção data provavelmente de finais do século XVI”, indicou a vereadora com o pelouro da Cultura no município de Vila Nova de Foz Côa, Ana Filipe.

De acordo com a autarca, as sondagens arqueológicas acontecem no âmbito da implementação da estratégia local de habitação nesta cidade do distrito da Guarda. A autarquia procedeu à aquisição de vários edifícios devolutos no centro histórico, para reabilitação e posterior atribuição às famílias a famílias carenciadas.

“Estes resultados dos trabalhos no terreno terão agora continuidade através de um estudo detalhado da informação histórica existente acerca da muralha de Vila Nova de Foz Côa que se enquadram no programa de reabilitação e valorização do centro histórico da cidade”, vincou Ana Filipe.

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De acordo com a vereadora, tendo em conta a localização de um dos edifícios, na continuidade da antiga muralha, e a pretensão de executar obras de beneficiação da Torre do Relógio, o município entendeu realizar sondagens arqueológicas de avaliação estratigráfica em fase prévia à execução da obra.

Os trabalhos têm vindo a ser executados por uma equipa de arqueólogos ligados a um empresa de consultoria em Arqueologia e Património Histórico-cultural.

“As escavações da Torre do Relógio não revelaram a presença de níveis arqueológicos preservados no interior do edifício, mas permitiram documentar a sua construção, assente diretamente na rocha local, e produzir informação acerca das técnicas construtiva, de construção e estado de conservação das estruturas para informar o projeto subsequente de recuperação arquitetónica”, acrescentou

Já na Casa da Cerca, os arqueólogos verificaram a presença de uma estrutura alinhada com a parede Nordeste da casa que a prossecução da escavação confirmou tratar-se de uma estrutura construída por uma face formada por lajes de xisto sobrepostas e miolo em terra e pequenos blocos de pedra, que assenta diretamente no afloramento rochoso, de xisto.

O município de Foz Cão poderá agora rever todo o projeto de habitação programada para a zona histórica desta cidade do Douro Superior, dado que o aparecimento destes vestígios arqueológicos, o edifício em causa e toda a sua estrutura será alvo de análise junto das entidades competentes.