A Câmara de Lisboa decidiu esta quarta-feira atribuir a Medalha Municipal de Mérito Cultural ao pianista Adriano Jordão, ao jornalista Dennis Redmont, ao historiador e escritor António Manuel de Morais e ao empresário Manuel Reis.

Em reunião privada, o executivo camarário aprovou ainda a ratificação do despacho que atribui a Medalha Municipal de Mérito Cultural ao cantor Tony Carreira, que recebeu a distinção no âmbito da sua atuação no encerramento das Festas de Lisboa, em 29 de junho, uma vez que não foi possível agendar a proposta previamente.

Por voto secreto, entre os 17 membros da câmara, com um ausente, a ratificação contou com 16 votos a favor, informou à Lusa fonte do gabinete do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), subscritor das propostas.

Conhecido como Tony Carreira, António Manuel Mateus Antunes nasceu em 30 de dezembro de 1963, em Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, aos 10 anos emigrou para França “já a sonhar com a música” e gravou o seu primeiro single em 1988, na sequência da participação no Festival da Canção da Figueira da Foz, lê-se no despacho da câmara.

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Atualmente, com mais de 35 anos de carreira, Tony Carreira tem deixado “uma marca indelével na cultura musical portuguesa, sendo um verdadeiro embaixador da música portuguesa no mundo”, realçou a Câmara de Lisboa.

Com 16 votos a favor, o executivo municipal aprovou a atribuição da medalha ao pianista Adriano Jordão, que nasceu em 1946, em Angola, concluiu o Curso Superior do Conservatório Nacional de Lisboa em 1969, tendo então prosseguido os estudos em Paris, e também se licenciou em Direito, pela Universidade de Lisboa.

“Pianista internacionalmente conhecido e reconhecido, com mais de 50 anos de carreira artística desenvolvida pela Europa, América do Norte e do Sul, África e Ásia, atuou no Lincoln Center e no Carnegie Hall nos Estados Unidos e colaborou com alguns dos mais importantes maestros portugueses e estrangeiros e estrelas mundiais do canto”, lê-se na proposta.

Com 16 votos a favor, a câmara viabilizou a distinção ao jornalista norte-americano Dennis Redmont, que nasceu em Washington, nos Estados Unidos, formou-se na Columbia University Graduate School of Journalism e ingressou na Associated Press, em Nova Iorque, tendo vindo para Lisboa em janeiro de 1965, “tornando-se no mais jovem correspondente daquela agência” na capital portuguesa.

“Em Lisboa, onde viveu parte da sua vida e ainda vive, Dennis Redmont fez inúmeras reportagens sobre temas variados, como a ditadura, a sociedade civil, a descolonização e muitos outros temas sociais e culturais”, indicou o município, referindo que, mais de 50 anos depois de chegar, o jornalista “continua a escrever em e sobre Lisboa e sobre Portugal na cidade que então escolheu e o acolheu”.

A proposta relativa ao historiador e escritor António Manuel de Morais, que nasceu em Torres Vedras, em 9 de janeiro de 1947, teve 13 votos a favor, um contra e duas abstenções, e descreve-o como “multifacetado escritor, conferencista e olisipógrafo”, em que as suas obras ilustram Lisboa e iluminam a sua história nas várias áreas que abordou.

Com 14 votos a favor e dois em branco, o executivo deliberou atribuir a Medalha Municipal de MéritoCultural ao empresário Manuel Reis (1946-2018), a título póstumo, realçando o seu papel na transformação do Bairro Alto nos anos 80, inclusive com a abertura da Loja da Atalaia, do bar Frágil, em 1982, e do Lux-Frágil, em 1998, tendo ficado conhecido como “o homem que reinventou a noite de Lisboa”.

A Medalha Municipal de Mérito pretende distinguir pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que tenham atos com assinaláveis benefícios para a cidade de Lisboa.

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.

(Artigo atualizado no dia 12 de julho, às 13h15, com a correção do número de votos)