Depois da calma, chegou a tempestade. Ao 11.º dia de corrida, os homens da geral voltaram a ser testados nas longas e duras subidas francesas, naquela que foi a primeira incursão pelo Maciço Central. Na véspera e depois do primeiro dia de descanso, a chegada voltou a ser discutida pelos homens mais rápidos e Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) somou o primeiro triunfo neste Tour.

Jasper e o dia certo para ganhar: Philipsen bate Girmay ao sprint e soma primeira vitória no Tour

“A semana passada não foi uma boa semana, foi uma semana interminável com alguns azares. Estou muito feliz. É um alívio podermos mostrar a nossa força e do nosso ‘comboio’. Finalmente, fizemos aquilo que viemos fazer. Foi um trabalho perfeito da equipa. Foi uma semana difícil. Esta é a 10.ª etapa e houve cinco sprints sem qualquer vitória minha”, analisou o Disaster no final da tirada.

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Para esta quarta-feira estava, assim, reservada uma etapa com seis contagens de montanha — uma de primeira categoria, duas de segunda, duas de terceira e uma de quarta —, quatro das quais nos últimos 43 quilómetros. Como é habitual nestas circunstâncias, na frente da corrida juntou-se um grupo numeroso com elementos atrasados na luta pela geral, com destaque para Ben Healy e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) e Guillaume Martin (Cofidis).

Na subida de Puy Mary Pas de Peyrol, a Emirates assumiu a corrida e, com o trabalho de Pavel Sivakov e Adam Yates, reduziu o grupo. A grande notícia acabou por ser o “desaparecimento” precoce de Juan Ayuso, que ficou aquém nesta nova abordagem montanhosa. Perspetivava-se o ataque de Pogacar e o esloveno não fez por menos, isolando-se a 31 quilómetros da chegada. Ninguém conseguiu acompanhar o ritmo do camisola amarela, que esteve perto de cair e teimou em não levantar o pé, mas na descida os grupos de Vingegaard, Roglic e Evenepoel — e também de Almeida — juntaram-se na perseguição.

Na contagem seguinte, para o Col de Pertus, Vingegaard e Roglic voltaram a atacar e ninguém conseguiu responder. Contudo, o esloveno durou pouco tempo e Tadej e Jonas voltaram a proporcionar mais uma luta a dois. Foi com dois grupos a dois (Pogacar/Vingegaard e Roglic/Evenepoel) que a corrida entrou nos últimos 14 quilómetros. Apesar de ter sido alcançado pelo rival, o camisola amarela ainda conseguiu bonificar no alto e ganhou três segundos ao dinamarquês.

Nas descida para a última subida do dia, Vingegaard e Pogacar juntaram-se, mas não conseguiram ganhar tempo aos rivais e a vantagem manteve-se perto dos 30 segundos. Como não podia deixar de ser, a vitória foi discutida pelo esloveno e pelo dinamarquês, com a vitória a cair para o detentor do título. Evenepoel chegou na terceira posição, a 25 segundos e Roglic, que caiu durante a descida, cortou a meta a 55 segundos, mas ficou com o mesmo tempo do belga.

Desta forma, Remco Evenepoel segurou o segundo lugar por oito segundos, estando agora a 1.06 minutos de Tadej Pogacar. Segue-se Primoz Roglic, a 2.15 minutos e João Almeida, que terminou a etapa na sexta posição e entrou no top 5, a 2.45 minutos do companheiro de equipa.