O Pavilhão Azul, o edifício municipal localizado na Avenida da Índia, em Belém, que vai albergar a coleção do artista Julião Sarmento, vai abrir a 4 de novembro, anunciou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, num encontro com jornalistas esta quinta-feira.
O Pavilhão Julião Sarmento resulta de um acordo de parceria assinado entre a EGEAC e a Associação Julião Sarmento, com um orçamento anual que deve chegar a um milhão de euros. O acordo prevê a entrega em depósito à EGEAC, durante cinco anos, da coleção que tem 1261 de obras de arte.
A coleção privada de Julião Sarmento, que morreu em 2021, é composta por mais de 1200 obras, e inclui nomes como Joaquim Rodrigo, Álvaro Lapa, Eduardo Batarda, Jorge Molder, Rui Chafes, João Vieira, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, Fernando Calhau, Rui Toscado, Alexandre Estrela e Vasco Araújo, mas também obras de artistas internacionais como Andy Warhol, Marcel Duchamp, Robert Frank, James Turrell, Jeff Wall, Wolf Vostell, Cindy Sherman, Nan Goldin, ou Marina Abramovic.
A pedido do artista, o projeto arquitetónico ficou a cargo de João Luís Carrilho da Graça, com direção do curador Sérgio Mah, que, com os adiamentos sucessivos, Mah acabaria por sair para o MAAT — Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia.
Em maio, ficou conhecido que o equipamento teria como diretora artística Isabel Carlos, crítica de arte, curadora e ex-diretora do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian.
Foi em 2017 que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou que ia “recuperar e devolver à cidade” o antigo armazém de alimentos, transformando-o num novo centro de arte contemporânea para acolher a coleção de arte privada do artista. O protocolo com a CML estipulava o empréstimo da coleção de arte em troca da cedência do edifício municipal Pavilhão Azul para exibição da coleção do artista. As previsões iniciais de conclusão da obra apontavam para 2019.