O Vox confirmou, ao final desta quinta-feira, o fim das coligações com o PP em cinco regiões autónomas: Castela e Leão, Comunidade Valenciana, Múrcia, Aragão e Extremadura. O partido de extrema-direita também se irá retirar nas Baleares, onde o seu apoio é chave.  Na origem da decisão está a crise aberta entre os dois partidos devido a posições sobre políticas de migração.

O PP aceitou participar na distribuição de 347 menores migrantes não acompanhados que estão nas ilhas Canárias e Ceuta e vão ser colocados em diferentes regiões. Para o Vox, que responsabiliza o líder do PP, Alberto Feijóo, por esta cisão, a decisão representa um “romper dos acordos” de coligação. “O Vox cedeu demasiadas vezes para salvar os governos, que conseguiram coisas importantes”, declarou o líder do partido de extrema-direita após uma longa reunião do Comité Executivo Nacional do partido. Porém, agora o cenário é diferente, assegura: “É impossível compactuar com quem não quer ceder, com quem nos quer impor uma política de fronteiras abertas. Ninguém votou no Vox ou no PP para que continue a invasão de imigração ilegal e de menores migrantes. Se o senhor Feijóo quer enganar os seus eleitores e continuar a aplicar políticas socialistas e globalistas, que o faça ele.”

As críticas ao líder da oposição espanhola não ficaram por aqui — e Abascal colou o Feijóo ao chefe de governo. “Espanha tem um governo corrupto, um autocrata aliado das piores ditaduras”, acusou o presidente do partido de extrema-direita numa alusão ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. “Feijóo considerou ser conveniente compactuar com esse autocrata”.

Segundo o El País, o Vox tem 12 vereações nas cinco províncias lideradas pelo PP, incluindo quatro vice-presidências. “Vão apresentar a sua demissão”, garantiu Abascal, esclarecendo: “O Vox vai passar à oposição tão leal, como contundente, igual ao que faz em toda a Espanha”.

O PP deve reagir oficialmente ao final dos acordos apenas esta sexta-feira. Segundo o ABC, Alberto Feijóo irá à sede nacional do partido para se pronunciar sobre a decisão do Vox e falará aos jornalistas. Porém, ainda antes da decisão oficial de Abascal, o líder popular procurou desvalorizar a crise política quase certa. “O que me preocupa é ser coerente”, disse aos jornalistas.

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