A Autoridade Nacional Palestiniana responsabilizou, este sábado, a ajuda militar dos EUA a Israel pelo ataque contra a zona humanitária de Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, que provocou a morte a mais de 70 pessoas.

A administração norte-americana “insiste em violar todas as resoluções de legitimidade internacional, mantendo o seu apoio militar e financeiro a esta ocupação, que comete massacres sangrentos contra o nosso povo todos os dias”, afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional Palestiniana, Nabil Abu Rudeineh, citado pela agência de notícias oficial Wafa.

O porta-voz qualificou o ataque deste sábado, que Israel garantiu ter como alvo um chefe militar do Hamas em Gaza, de “massacre” e a continuação do “genocídio” que o povo palestiniano tem enfrentado desde o início do conflito.

Segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza, pelo menos 71 pessoas foram mortas e 289 ficaram feridas no bombardeamento, que o Hamas garante que ocorreu junto uma zona humanitária designada por Israel, que se estende do norte de Israel até Khan Younis para onde centenas de milhares de palestinianos fugiram, abrigando-se principalmente em tendas improvisadas.

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Em comunicado, o exército israelita disse que o ataque no sul da Faixa de Gaza teve como alvo o chefe do braço armado do Hamas, Mohamed Deif, e o comandante local na cidade de Khan Younis, e que se dirigiu a uma área onde não havia civis.

Os militares israelitas alegaram que o local atacado era um complexo do Hamas localizado numa área aberta, rodeado de árvores e edifícios, e não nas tendas de Mawasi.

Israel lançou a campanha na Faixa de Gaza depois de um ataque do Hamas em 07 de outubro, no qual militantes do movimento entraram no sul de Israel e mataram 1.200 pessoas, maioritariamente civis, e raptaram cerca de 250 pessoas.

Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeamentos de Israel mataram mais de 38.300 pessoas em Gaza e feriram mais de 88.000, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que não distingue entre civis e combatentes na contagem das vítimas.

Mais de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de casa e a maioria encontra-se agora em acampamentos miseráveis, enfrentando a fome generalizada.