O ministro da Educação, Ciência e Inovação disse esta segunda-feira que tudo está a ser feito para que o próximo ano letivo comece com mais normalidade nas escolas, com professores mais motivados e menos alunos sem aulas.
“Estamos a fazer tudo para que o próximo ano letivo comece de forma diferente, com mais normalidade nas escolas, professores mais motivados e alunos com aulas”, disse Fernando Alexandre em Alcochete, onde esteve reunido com cerca de 130 diretores de agrupamentos de escolas de Lisboa e Vale do Tejo.
Questionado sobre os resultados do concurso nacional de professores, que foi conhecido na passada semana, o governante referiu que existem dados positivos, apesar de ainda não haver uma visão global definitiva do tema.
“As escolas estão ainda num período de avaliação e não temos ainda a visão global. Do ponto de vista dos professores, o resultado parece muito positivo: houve muitos professores a entrar para o quadro, professores novos que nunca tinham dado aulas conseguiram já uma vaga no quadro. É um sinal positivo para os novos professores”, considerou.
O ministro da Educação, que se escusou a fazer um balanço dos resultados dos exames nacionais do 11.º e 12.º anos esta segunda-feira conhecidos por “não dispor ainda informação suficiente para fazer a análise”, frisou a importância de impedir que tantos alunos estejam sem aulas como no ano letivo passado.
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“O grande desígnio é reduzir substancialmente no próximo ano o número de alunos sem aulas e, até ao fim da legislatura, acabarmos com esse grave problema do nosso sistema educativo, que é o de um número muito elevado de alunos sem aulas durante períodos muito prolongados”, referiu.
Fernando Alexandre, que pediu às escolas que façam um “esforço para que [as aulas] comecem efetivamente no dia 12 de setembro”, voltou a lembrar que a contratação de professores reformados é “uma das soluções” para combater a falta de professores.
“A Direção Geral da administração escolar diz-nos que tem havido muitos contactos. Vai ser uma contratação por escola, por convite. Um diretor que perdeu um professor porque se aposentou pode agora desafiá-lo, com uma remuneração adicional, a voltar e ajudar-nos a resolver este grande problema de termos alunos sem aulas”, admitiu.
O ministro da Educação considera que a medida pode ser uma parte da solução porque, em muitos casos, uma das dificuldades que vai haver próximos anos é a de substituir o elevado número de professores que se vão reformar.
“Será sempre temporária e voluntária e trata-se de um mecanismo que procura trazer estes professores à escola por mais algum tempo. Pode ser por um ou dois períodos, por um ano ou mais do que isso. O processo de contratação da escola é feito a convite do diretor que conhece o professor e sabe se este mantém o entusiasmo e paixão pela educação, ajudando o país a resolver um problema gravíssimo”, sublinhou.
Os problemas das escolas não se limitam à falta de professores, reconheceu o ministro da Educação, que admitiu existir ainda muito trabalho a fazer na requalificação das instalações e em reduzir as desigualdades.
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“Damos uma grande prioridade às condições de funcionamento das escolas na dimensão de recursos humanos e também infraestruturas, equipamentos informáticos e conectividade. Todas são essenciais para termos um sistema educativo de qualidade e acessível a todos. De facto, há uma desigualdade muito grande nas condições das infraestruturas das escolas que resultou da forma como os investimentos foram feitos nos últimos anos em Portugal”, disse.