A hora de todas as decisões aproxima-se a passos largos. Depois de Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) ter triunfado na primeira etapa da segunda semana, igualando Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) e Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) com três vitórias, a Volta a França dirigiu-se para os Alpes, o provável palco das decisões desta 111.ª edição.

O desastre de Biniam foi o hat-trick de Jasper: Girmay caiu no fim, Philipsen venceu pela terceira vez e igualou eritreu

“Luta pela camisola verde? Tudo é possível, mas é difícil, porque ele [Girmay] está muito bem. Só espero que ele esteja ok, porque ele não merece perder assim [Biniam caiu no penúltimo quilómetro da etapa]. Tentarei o que puder, porque as etapas que vêm pela frente são duras. Estou verdadeiramente feliz depois de tamanho esforço coletivo. É sempre bom quando podemos vencer juntos. Penso que foi definitivamente o que fizemos hoje [terça-feira]”, partilhou o belga depois da vitória na 16.ª etapa.

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“Estou feliz que a etapa de hoje [terça-feira] não tenha sido tão ventosa como esperado. Houve momentos cruciais em que tivemos que ficar atentos, mas fora isso foi uma etapa fácil e estou feliz que tenha sido superada. Estou feliz que as etapas de sprint tenham terminado, mesmo que ainda haja etapas difíceis pela frente. As duas próximas etapas serão para a fuga. As últimas três etapas serão o verdadeiro confronto”, analisou, por sua vez, o camisola amarela Pogacar.

Tal como perspetivara o esloveno, a etapa desta quarta-feira era perfeita para a fuga. Praticamente sempre a subir do início ao fim, as dificuldades estavam guardadas para os derradeiros 40 quilómetros, onde se encontravam três contagens de montanha, a última a coincidir com a meta, instalada no topo da inédita subida à estância de ski de Superdévoluy. Contudo, a parte inicial foi marcada pelos abandonos, com destaque para as saídas de Alexey Lutsenko (Astana), Fernando Gaviria (Movistar), Phil Bauhaus (Bahrain-Victorius) e Sam Bennett (Decathlon AG2R La Mondiale).

Os ataques foram uma constante na primeira fase da tirada, colocando a média acima dos 47 kms/h nessa fase. Tiesj Benoot (Visma-Lease a Bike), Bob Jungels (Red Bull-Bora-Hansgrohe), Romain Grégoire (Groupama-FDJ) e Magnus Cort (Uno-X Mobility) conseguiram estabelecer-se na frente da corrida. Pouco depois, o pelotão partiu-se e um grupo com mais de 40 corredores, sem os candidatos à geral, colocou-se em posição intermédia.

Com a chegada das contagens de montanha, ficou a perceber-se que a discussão da etapa ia ser entre o grupo da frente que, a 18 quilómetros da meta, aumentou para seis elementos com a chegada de Guillaume Martin (Cofidis) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ). Simon Yates (Jayco AlUla) também atacou, chegou à frente e isolou-se na liderança. Com a etapa novamente num ritmo caótico, Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) juntou-se a Yates na frente e atacou o britânico pouco depois.

No grupo do camisola amarela, João Almeida (Emirates) assumiu as despesas e, ainda na penúltima subida do dia, Tadej Pogacar atacou e não teve resposta. Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) ainda deixou Vingegaard para trás, mas os dois juntaram-se na descida e, com a ajuda de Christophe Laporte, companheiro do dinamarquês, apanharam o esloveno.

O campeão olímpico Carapaz acabou por conseguir manter a vantagem, tornou-se no primeiro equatoriano a vencer na Volta a França e completou a triologia Giro-Tour-Vuelta. A fechar o pódio da etapa ficaram Yates e Enric Mas (Movistar). Nas contas da geral, Evenepoel atacou na subida final e ganhou 10 segundos a Pogacar, que por sua vez atacou a 300 metros da chegada e foi dois segundos mais rápido que Vingegaard.

Assim, apesar de o top 10 não ter sofrido nenhuma alteração posicional, Vingegaard está agora a 3.11 minutos de Pogacar e viu Evenepoel baixar a diferença entre ambos para menos de dois minutos (1.58). João Almeida, que chegou na 42.ª posição a 9.26, continua no quarto lugar, agora a 12.57 do companheiro.