O coordenador do Sindicato de Transportes Rodoviários Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, disse à Lusa que a adesão à greve desta segunda-feira na STCP ronda os 75%, apenas se cumprindo os serviços mínimos.
“O total de carros daqui da [estação de recolha da] Via Norte e de Francos era de 370 autocarros para sair, 210 aqui e 160 de Francos. Neste momento, dos dois lados, saíram 103. Portanto, há uma adesão de 75%”, estimou o sindicalista.
José Manuel Silva falava à porta da estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) da Via Norte, em São Mamede de Infesta (Matosinhos, distrito do Porto), onde se encontrava com algumas dezenas de trabalhadores.
Segundo o coordenador do STRUN, sindicato que convocou a paralisação, os números registados pouco antes das 9h00, significam que “o que está a trabalhar são os serviços mínimos”.
Questionada pela Lusa, fonte oficial da STCP “não confirma os dados avançados pelo sindicato”.
José Manuel Silva afirmou ainda que apesar de a greve ter sido convocada apenas pelo STRUN, sendo que há cerca de cinco sindicatos na STCP e trabalhadores não sindicalizados, a adesão à greve foi geral.
“Quem decidiu foram os trabalhadores em plenário. E no plenário tinha lá trabalhadores de todos os sindicatos, e esta segunda-feira estão trabalhadores de todos os sindicatos parados”, garantiu.
O STRUN recusou-se a assinar uma proposta de aumentos salariais apresentada pela administração, de 4,7%, pedindo 8%.
“A empresa deu 2% em janeiro devido aos salários mínimos, porque ultrapassavam os trabalhos dos motoristas, e agora aplicou mais 2,7%, que dá 4,7%, embora os [aumentos nos] salários mais baixos sejam 53 euros”, disse à Lusa.
À Lusa, fonte da STCP refere que “foi feito um grande esforço por parte da empresa para chegar a acordo para 2024 com quatro dos cinco sindicatos, que representam mais de 80% dos seus trabalhadores”.
“Este acordo não revê somente os salários mas prevê também uma revisão das carreiras e dos subsídios que complementam o salário, como o subsídio de trabalho ao fim de semana”, completa a fonte da transportadora.
José Manuel Silva disse esperar da atual administração da STCP, liderada por Cristina Pimentel, “praticamente nada”, mas apontou o dedo, em especial, ao administrador Rui Saraiva.
“O administrador que aqui está, nem é a presidente, é o senhor administrador Rui Saraiva, é teimoso. É a palavra que se lhe diz. Ele é que sabe, ele é que fala, nas reuniões é quase impossível falar com ele”, considera o coordenador do STRUN.
O dirigente sindical disse à Lusa que Rui Saraiva “quer mostrar aos acionistas, às câmaras, que consegue dominar os trabalhadores com pouco dinheiro, o que não é verdade, porque estão sempre a perder motoristas”.
“Se ele continuar com a teimosia dele, os trabalhadores estão cá para dar novas respostas”, garantiu.
Fonte da STCP refere que, “pese embora o STRUN tenha uma greve decretada desde novembro de 2023 às últimas duas horas de serviço, a STCP continua aberta a negociar com este sindicato tal como esteve sempre”.
Já o coordenador da Comissão de Trabalhadores da STCP, João Paulo Silva, relembrou que “não são só motoristas” em greve, mas também “oficinais, administrativos”.
Durante o período da greve, estão assegurados alguns serviços mínimos abrangendo os serviços diurno, noturno e a totalidade da rede de madrugada, divulgou na sexta-feira a STCP.
No serviço diurno (entre as 6h00 e as 21h00) estão em causa as linhas 200, 201, 204, 205, 207, 208, 305, 500, 502, 600, 602, 700, 701, 702, 704, 801, 901/906, 903 e 907, e no noturno as linhas 200, 204, 205, 305, 502, 600, 602, 700, 701, 702, 801, 901/906, 903 e 907.
Na rede de madrugada estarão asseguradas a totalidade das viagens nas linhas 1M, 2M, 3M, 4M, 5M, 7M, 8M, 9M, 10M, 11M, 12M e 13M.
Notícia atualizada às 11h41 do dia 22 de julho de 2024