É estranho, mas é verdade. No Troféu Cinco Violinos, apesar da vitória do Sporting contra o Athl. Bilbao e dos três golos leoninos, o ponto alto aconteceu ainda antes do apito inicial. Sebastián Coates foi ovacionado e homenageado no Estádio José Alvalade, despedindo-se do clube que representou durante sete anos, onde conquistou oito títulos e é já o jogador estrangeiro com mais partidas, 369.

O central uruguaio vai regressar ao Uruguai e ao Nacional, onde começou a carreira, mas antes passou por Lisboa para se despedir dos adeptos leoninos. Entrou no relvado acompanhado pelos dois filhos, foi saudado por Frederico Varandas e Hugo Viana e ainda recebeu uma placa celebratória onde se lia “oh captain, my captain”, em referência à cena do filme “Dead Poets Society” com a personagem interpretada por Robin Williams.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Num momento carregado de significado, Coates tirou a braçadeira do próprio braço e entregou-a a Morten Hjulmand, o novo capitão do Sporting, numa espécie de passagem de testemunho literal. Depois, já com todos os jogadores leoninos em campo com camisolas com o nome do central uruguaio, pegou no microfone para se dirigir pela última vez às bancadas de Alvalade.

“Boa tarde, sportinguistas. O meu sonho sempre foi ser campeão neste clube e hoje estou tranquilo porque consegui. Quero agradecer ao presidente, ao Hugo [Viana], a todo o staff que esteve comigo estes anos. Agradecer ao mister. Foi um prazer trabalhar com todos vós. Aprendi muito. Agradecer aos meus companheiros, aos mais velhos e também aos mais novos. E agradecer a todos vocês. Quando cheguei cá, sempre recebi o apoio de todos, o carinho. Para mim foi inacreditável jogar neste estádio. Obrigado e até já. Viva o Sporting!”, disse Coates.

Mais tarde, já na conferência de imprensa, também Rúben Amorim abordou a saída do capitão, assim como as de Luís Neto, Paulinho e Adán. “Fico muito feliz porque o Seba deu muito ao clube e passou uma fase difícil. É sempre bom, até para o resto da vida, os jogadores saírem por cima. O Neto, o Paulinho, deram-nos muito, mas há ciclos que temos de mudar. O Seba foi uma coisa diferente, não foi planeada. Há coisas da vida pessoal que temos de entender e o Seba ganhou o direito de decidir. Até na mesa da refeição é difícil olhar e perder tantas referências. A média de idades baixou, mas isso também é entusiasmante”, explicou o treinador.