Alexander Lukashenko vai perdoar Rico Krieger, um cidadão alemão que foi condenado à pena de morte na Bielorússia, devido a acusações de terrorismo, espionagem e ações contra a segurança nacional. Krieger foi condenado no dia 20 de julho e o perdão foi avançado esta terça-feira pela agência estatal, BelTA.

“As coisas mais difíceis no destino de um Presidente são casos como este, que envolvem penas excecionais”, afirmou o Presidente bielorusso, em declarações à BelTA citadas pela Reuters. Na qualidade de chefe de Estado, defendeu que terá direito à “última palavra”.

Nesse sentido,Lukashenkoreuniu-se com o investigador estatal, responsável pelo caso, e o advogado de Krieger, Vladimir Gorbach. A agência bielorussa partilhou imagens de encontro, que teve como objetivo discutir uma potencial troca de prisioneiros, para a libertação do alemão.

À saída da reunião, a agência citou Gorbach como tendo dito que a reunião foi “franca” e que espera que “o Chefe de Estado pratique um ato de humanidade”. Já Lukashenko argumentou que “a decisão já foi tomada” e só quis um encontro “não para consultar, mas para ouvir opiniões”.

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“Lukashenko, perdoe-me”: alemão condenado à morte na Bielorrússia suplica perdão na televisão estatal

A solução de um troca de prisioneiros já tinha sido posta em cima da mesa à data da detenção de Krieger. Depois de uma entrevista na televisão estatal bielorussa, em que o alemão revelou que trabalhava para os serviços de segurança ucranianos e que se sentia “profundamente arrependido”, o governo de Lukashenko propôs esta troca.

O objetivo seria trocar Rico Krieger por Vadim Krasikov, um cidadão russo que se encontra a cumprir uma pena de prisão perpétua na Alemanha por homicídio e no qual a Rússia tem investido esforços para retirar da prisão. O Kremlin, aliado próximo de Lukashenko, já teria tentado trocar Krasikov por Alexei Navalny, à data preso na Rússia.

Mais recentemente, terá contactado os Estados Unidos para trocar Krasikov pelo jornalista norte-americano detido por Moscovo, Evan Gershkovich. No entanto, estes diálogos estarão a ser feitos em “completo silêncio”, avançou Dmitry Peskov, o porta-voz do Kremlin, citado pela Reuters.

Berlim condenou o tratamento do cidadão alemão e a imposição da pena morte, que ainda é legal na Bielorússia — o único país europeu em que esta existe — e classificou como “intolerável a humilhação na televisão”. Ainda assim, o governo alemão investiu em esforços diplomáticos para se reunir com membros do executivo bielorusso.

A notícia foi avançada apenas pela agência estatal da bielorussa. O governo alemão ainda não reagiu ao anúncio do perdão de Rico Krieger.