As obras na Linha do Norte entre Vila Nova de Gaia e Espinho, que se iniciaram em julho de 2020, deverão terminar na totalidade na próxima semana, disse esta terça-feira fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP) à Lusa.
“As obras estão concluídas, à exceção da Passagem Inferior ao km 324,560 [em Miramar, Gaia], cujos trabalhos se encontram em fase de conclusão”, disse fonte da IP à Lusa, prevendo que estes trabalhos “estejam concluídos na primeira semana de agosto 2024“.
A fonte oficial da IP esclareceu tratar-se da próxima semana, que decorre de dias 5 a 9 de agosto.
“Como é usual em empreitadas desta dimensão, estão também em curso trabalhos de reparação, situações constatadas nas vistorias, para efeitos da receção provisoria da obra”, referiu também a mesma fonte.
A intervenção entre as estações de Espinho e Vila Nova de Gaia (Devesas) envolveu a substituição integral da superestrutura da via, a alteração dos layout das estações de Granja e Vila Nova de Gaia, a implantação de duas novas diagonais de contravia entre Miramar e Francelos, ou a implantação de duas vias de resguardo, com 750 metros de comprimento útil, para resguardo de comboios de mercadorias, a norte do Apeadeiro de Francelos.
Houve também lugar à substituição de passagens de nível por passagens desniveladas (inferiores e superiores, para peões e automóveis), bem como a beneficiação das plataformas de passageiros.
Em causa estão as estações de Gaia, Granja e Valadares e os apeadeiros de Aguda, Miramar, Francelos, Madalena e Coimbrões.
Foi também já instalado e colocado em serviço o sistema de sinalização eletrónica entre Esmoriz e Gaia e sua integração no Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto, o sistema de controlo automático de velocidade e os sistemas de telecomunicações.
A IP também já pôs a concurso, por 50 mil euros, estudos para passagens inferiores na Granja e Aguda, em Gaia, na sequência de um protocolo de 2022 celebrado após protestos das populações contra as passagens superiores instaladas, em que as estruturas foram apelidadas de “mamarracho”, “escarro arquitetónico” ou “muro de Berlim” pela população.
“O estudo de viabilidade consistirá numa análise técnica para a identificação das várias soluções e quantificação das intervenções a realizar na envolvente da infraestrutura para desnivelamento, que permita a passagem de peões na Estação de Granja e Apeadeiro de Aguda”, referiu fonte oficial da IP à Lusa, em agosto do ano passado.
A conclusão total da intervenção chegou a estar prevista para 2023, mas a empreitada “sofreu vários impactos com relevância no prazo, decorrentes dos constrangimentos que se vêm registando no mercado da construção, designadamente, quanto à disponibilidade e prazo de fornecimento de materiais e às dificuldades sentidas pelos empreiteiros e subempreiteiros na contratação de meios humanos e de equipamentos”.
A intervenção entre Espinho e Vila Nova de Gaia, realizada ao abrigo do programa Ferrovia 2020, foi orçamentada em 55,3 milhões de euros e iniciou-se em julho de 2020.
Inicialmente, aquando do lançamento do programa Ferrovia 2020, em 2016, estava previsto que as obras decorressem entre 2017 e 2019.