A Câmara de Lisboa decidiu quarta-feira, por proposta do BE, aprovada com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP, demonstrar “imensa preocupação” pelo despejo sem alternativa da companhia de teatro Artistas Unidos e pela “inação” do presidente do executivo municipal.

Em reunião pública, o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), defendeu-se da acusação de inação, afirmando que o esforço que o atual executivo tem empenhado para resolver a situação companhia de teatro Artistas Unidos “é mais do que alguma vez foi feito”.

“Temos uma solução definitiva para os Artistas Unidos e isso ninguém pode dizer que não é solução deste executivo. Fomos nós que tomámos essa medida. Fomos nós que encontrámos o edifício”, afirmou Carlos Moedas, justificando o voto contra o voto de preocupação apresentado pelo BE, que foi também subscrito pelo PS.

A solução definitiva apresentada pela liderança PSD/CDS-PP para acolher a companhia de teatro Artistas Unidos passa pelo antigo edifício de A Capital, no Bairro Alto, que carece de obras de reabilitação.

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Carlos Moedas disse que a câmara esteve durante dois anos a tentar encontrar espaços, mas “não era possível encontrar essa solução provisória”, indicando que esta companhia de teatro da cidade pode ser acolhida no Teatro Variedades, no Parque Mayer, que vai reabrir em 5 de outubro.

Além de o BE, o PCP e o PS questionaram o presidente da câmara sobre a situação dos Artistas Unidos, lembrando que esta companhia de teatro teve de entregar a chave do Teatro da Politécnica, onde esteve nos últimos 13 anos, encontrando-se agora sem um espaço para trabalhar.

A par desta situação, PCP e PS procuraram saber qual a resposta da câmara ao pedido do Clube Atlético e Cultural (CAC) para que sejam encontradas instalações que permitam assegurar a oferta desportiva, lembrando que este clube, que se dedica à formação de jovens na modalidade de futebol e que tem também equipas de desporto adaptado (‘Goalball’ e futebol para cegos), tem “cerca de 400 atletas”.

O CAC tinha de sair, “até 26 de julho”, das instalações do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), em Odivelas, distrito de Lisboa, onde estava há seis anos, desde a decisão da câmara, no anterior mandato municipal (sob presidência do PS), de demolir as instalações que tinham em Carnide devido ao projeto da nova feira popular.

“Confronto-me com um clube que é essencial para a cidade […], um clube com 50 anos, mas é um clube que, de facto, não foi respeitado anteriormente, porque demoliram aquilo que eram as instalações do clube para criar uma feira popular que nunca foi criada, nem vislumbramos, porque hoje em dia ninguém quer fazer parques de diversões no meio da cidade”, declarou Carlos Moedas, indicando que a renda que tem sido para à SJPF é “brutal”, no valor de 360 mil euros por ano, o que dá cerca de 1.000 euros por dia.

Responsável pelo pelouro do Desporto, Ângelo Pereira (PSD) considerou “uma decisão irresponsável da direção do clube” ter concordado com saída das antigas instalações antes de as novas estarem concluídas, adiantando que a câmara está a trabalhar num protocolo para ser cedido um campo para durante a semana e o dia de sábado, revelando que a construção de um novo complexo desportivo está em curso, prevendo-se que o concurso seja lançado a partir de setembro, com a empreitada a custar “no máximo cinco milhões de euros”, em vez dos quase nove milhões previstos pelo anterior executivo.

Ainda na reunião, por proposta dos Cidadãos Por Lisboa, aprovada por unanimidade, a câmara decidiu exortar o Governo a definir o regime jurídico aplicável à atribuição e ao funcionamento dos apoios no âmbito da ação social escolar, no exercício das competências no domínio da educação transferidas para os órgãos municipais e para as entidades intermunicipais.