Pelo menos 50 pessoas foram mortas este domingo no Bangladesh em confrontos durante manifestações a favor da saída da primeira-ministra Sheikh Hasina, aumentando o número total para cerca de 300 vítimas mortais num mês de manifestações.

Segundo a agência de notícias AFP, que cita o porta-voz da polícia Kamrul Ahsan, entre os mortos estão “pelo menos 14 polícias” e há registo de 300 feridos. A AFP obteve o último balanço junto da polícia e de médicos locais.

Os representantes do movimento estudantil, que há um mês está em protesto contra o Governo do Bangladesh e cujas manifestações já tinham provocado pelo menos 200 mortes, rejeitaram no sábado o convite para o diálogo enviado pela primeira-ministra, Sheikh Hasina, que acusam de reprimir as ações com mão de ferro.

“Não há espaço para pedir justiça a este Governo assassino ou para se sentar a dialogar. O tempo para pedir desculpas já passou e, quando houve tempo, o Governo começou a prender os estudantes e a torturá-los”, afirmou um dos líderes do movimento estudantil, Nahid Islam, na rede social Facebook.

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As declarações dos representantes dos estudantes surgiram horas depois de Sheikh Hasina ter pedido um diálogo com os estudantes que protestam há um mês contra o Governo.

A primeira-ministra tomou uma atitude mais conciliatória, depois de ter feito comparações entre os estudantes universitários e um grupo paramilitar da guerra da independência de 1971.

Fontes hospitalares, policiais, familiares e dos bombeiros afirmaram à agência de notícias Efe, no sábado, que pelo menos 194 pessoas morreram no último mês durante os confrontos; mas o movimento estudantil estimava, por outro lado, que o número de vítimas mortais fosse de 266.

Os estudantes afirmam que se o executivo não satisfizer as suas exigências vão redobrar os seus protestos e promover um boicote geral. Entre as exigências há um pedido de desculpas incondicional de Hasina pelas mortes e a demissão de vários ministros.