O ministro das Infraestruturas acompanhou esta sexta-feira a chegada da primeira de 14 unidades triplas (num total de 42 carruagens) para o Metropolitano de Lisboa, considerando que se inicia “uma nova era” com novos equipamentos, duas décadas depois dos anteriores.

A primeira unidade tripla chegou esta sexta-feira ao Parque de Material e Oficinas da empresa, na Pontinha (concelho de Odivelas), vinda de Espanha num camião TIR, e foi transferida para o estaleiro onde vai estar em testes antes de começar a operar, no próximo ano.

“Há 22 anos que não existiam comboios novos no Metro e este teve uma particularidade imensa […], porque é o conhecimento de décadas e décadas do Metro de Lisboa que permitiu desenhar também estes novos comboios. Os maquinistas contribuíram para desenhar as cabines e todo o Metro desenhou e ajudou a melhorar estas unidades triplas, e isso é motivo de orgulho”, disse Miguel Pinto Luz.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, que tutela os transportes urbanos, salientou que se tem deparado, em todas as empresas públicas, com “conhecimento acumulado e ‘know-how'”, havendo “muito talento”, com o qual o Governo (PSD/CDS-PP) está satisfeito.

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Reafirmando que as novas carruagens “são completamente diferentes das antigas”, até porque há 22 anos de diferença, Miguel Pinto Luz explicou que as composições vão ter capacidade de telemetria, “importante para monitorizar o que está a acontecer nas carruagens”, além de videovigilância.

Além disso, vão ter também melhores condições para os maquinistas e já estão “preparadas para uma condução quase automática”.

“Isso é o início de uma nova era, como eu escrevi ali no livro de honra do Metro, e é um início de uma nova era que deixa todos muito satisfeitos. O Metro está-se a preparar para esse futuro. Lisboa estará mais bem servida e, acima de tudo, é a transferência modal [para incentivar o uso do transporte público] que o Governo não se cansa de dizer”, afirmou, recordando que o anterior executivo já vinha tomando medidas nesse sentido.

Para “as metas ambiciosas de neutralidade carbónica” definidas, acrescentou, é preciso continuar esse trabalho e é necessário que os portugueses mudem o seu modo de transporte no dia-a-dia.

O ministro adiantou que em setembro, durante a semana da mobilidade, serão apresentadas mais medidas para “forçar positivamente a transferência modal”.

De acordo com o Metropolitano de Lisboa, as 14 novas unidades triplas representam um investimento de 72,7 milhões de euros, estando prevista a entrada ao serviço em janeiro de 2025.

A primeira unidade tripla percorreu cerca de 900 quilómetros em três dias, transportada em três camiões TIR, vinda de Valência.

Cada carruagem de uma unidade tripla pesa 30 toneladas, tem 16 metros de comprimento, 2,80 metros de largura e 3,50 metros de altura. De entre as características das novas carruagens destacam-se as janelas amplas, painéis de portas e áreas de circulação com mais espaço livre que possibilitarão que as entradas e saídas se efetuem de forma expedita.

Segundo a informação disponibilizada pela transportadora, cada unidade tripla dispõe de 90 lugares sentados, sendo 30 assentos prioritários, identificados com uma cor diferente e com espaço para fixar duas cadeiras de rodas.

As portas das unidades triplas não possuem rampas ou declives para facilitar a mobilidade dos e, de modo a garantir a estabilidade, o espaço para cadeira de rodas foi concebido para estar orientado no sentido da circulação.

Além da aquisição destas novas 14 unidades, o Metropolitano lançou, no final de 2023, um outro concurso público internacional para a compra de mais 24 novas unidades triplas (72 carruagens) para reforço da frota existente, face à expansão da rede.

Este investimento conta com a opção de aquisição de mais 12 unidades triplas (36 carruagens), com o preço base de 138 milhões de euros.

De acordo com o Metro, a opção de adquirir mais 12 unidades triplas “prende-se com a necessidade de vir a substituir, de forma contínua, o material circulante que se encontra em fim de vida, procurando, desta forma, assegurar-se as condições de flexibilidade e interoperacionalidade de toda a frota”.