O cruzamento nas meias-finais com o FC Porto foi diferente, a decisão ficou a mesma. Depois do triunfo do Sporting frente aos dragões no ano passado, agora foi o Benfica a passar os azuis e brancos no sábado para marcar presença na final da Supertaça no domingo. Pela terceira vez nas últimas cinco temporadas, o jogo do primeiro troféu da época seria um duelo entre rivais lisboetas, com os leões a tentarem revalidar o título ganho em 2023 após dez anos de seca e as águias à procura da “desforra” para repetirem o triunfo de 2022.

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“Era nossa obrigação ganharmos este jogo, pese embora o ABC seja uma equipa que nós conhecemos, que tem uma ideia de jogo positiva, com um plantel entre a veterania e a juventude. Sabíamos que ia ser difícil, ainda para mais com a responsabilidade de termos de ganhar. Fizemos um excelente jogo, dominado pela equipa do Sporting, porventura nos primeiros dez ou 15 minutos o resultado ainda andou mais igualado e nós tivéssemos falhado aqui e ali. Os atletas foram sérios, conscientes das dificuldades que tinham pela frente. A nossa ambição é continuar a vencer. Ganhámos a última Supertaça mas queremos mais e agora é prepararmo-nos para amanhã [domingo]”, comentou Ricardo Costa, técnico dos leões, depois do triunfo frente ao ABC e antes de saber que teria agora o Benfica pela frente na reedição da decisão do último ano.

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“Houve muitos fatores que nos ajudaram a ganhar este jogo. Nos momentos complicados tivemos o apoio dos nossos adeptos. Outro fator importante foi que eles não conseguiram nunca empatar. O nosso objetivo é aproximarmo-nos cada vez mais do Sporting e do FC Porto e creio que demos um primeiro passo hoje mas não significa nada, porque foi só um jogo. O caráter que a equipa mostrou é importante e mostra também já um ano de trabalho com a maior parte dos jogadores. Agora tanto o Benfica como o Sporting vão lutar para ganhar a Supertaça. O Sporting será o rival mais duro nesta época porque é uma equipa que já trabalha junta há mais tempo e tem os jogadores mais decisivos do Campeonato. Claro que vamos tentar ganhar mas será muito difícil”, salientou Jota González após a vitória diante do FC Porto.

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O próprio treinador dos encarnados colocava a “pressão” do resultado para os rivais, também à luz daquilo que foram os confrontos diretos nas últimas épocas. Aliás, desde o triunfo do Benfica após prolongamentos na Supertaça de 2022, houve um empate a 27 na Luz no Campeonato e sete vitórias consecutivas do Sporting a contar para Campeonato, Taça e Supertaça. Agora, não foi diferente. E com uma diferença acima do que era teoricamente esperado, os leões conquistaram pela quinta vez a Supertaça, aumentando para quatro os títulos nacionais seguidos depois do histórico pleno alcançado pela equipa verde e branca em 2023/24.

Nos primeiros minutos do encontro, apesar dos ataques rápidos do Sporting que valiam golos diretos após defesa de Andre Kristensen ou golos sofridos, Grigoras ainda foi tentando disfarçar a diferente entre as duas equipas com remates de nove metros consecutivos mas cedo a vantagem começou a alargar, passando do empate a três para 7-3 e, mais tarde, para 11-4. Com Kristensen em destaque na baliza e Martim Costa e Salvador Salvador quase 100% eficazes na frente, o conjunto verde e branco teve o mérito de nunca tirar o pé do acelerador para não dar “vida” a um Benfica que pagava também a fatura do esforço da véspera, chegando ao intervalo com uma vantagem de dez golos que praticamente resolvia a final da Supertaça (20-10).

Só mesmo uma formação encarnada a melhorar a olhos vistos no plano defensivo e a encontrar outro tipo de soluções no ataque poderia ainda apresentar algo para mudar o rumo dos acontecimentos mas foi a equipa campeã a entrar de novo por cima na partida, chegando mesmo a uma vantagem de 15 golos com menos de 20 minutos por jogar (27-12). Tudo estava resolvido, a ponto de o Benfica ter abdicado das tentativas de 7×6 no ataque que arriscara no primeiro tempo, e começava a ser a hora ideal para testar outros jogadores e novas combinações, com os minutos a passarem já sem grande emoção até ao triunfo leonino por 37-21 no dérbi mais desequilibrado do século que superou os números da vitória por 30-15 na Liga de 2004/05 quando os encarnados estavam ainda num processo embrionário de reabertura da modalidade nos seniores.