Foi uma das maiores desilusões da carreira, foi também um dos momentos da carreira onde percebeu tudo aquilo que conseguiu construir ao longo da última década e meia. Sem aquele peso da medalha ao pescoço que tanto queria em Paris-2024, o peso que permitia entrar na história do desporto português como o único atleta a subir três vezes ao pódio nos Jogos, Fernando Pimenta levantou a cabeça, fez das fraquezas forças na hora de assumir a desilusão e recordou logo ali, apenas meia hora depois do sexto lugar na final do K1 1.000, que teria pela frente outros objetivos nas semanas que se seguiam. Agora, chegava esse momento.

Abraço à mulher, filho ao colo, selfies e uma arrepiante salva de palmas. Pimenta perdeu na água mas mostrou que é uma lenda fora dela

Em Samarcanda, cidade do longínquo Uzbequistão que não impediu que voltasse a contar com o apoio de vários adeptos portugueses, Fernando Pimenta regressou às finais e conseguiu sagrar-se vice-campeão mundial de K1 500, igualando o melhor resultado português na distância que pertencia a João Ribeiro na edição de 2021 em Copenhaga e melhorando em relação aos bronzes conseguidos nos dois últimos anos.

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O último sonho olímpico tornou-se o maior dos pesadelos em 500 metros: Pimenta, o super atleta, também quebra (e falha o pódio)

Em mais um duelo que contou com três dos oito finalistas da última decisão olímpica de Paris em K1 1.000, o português ainda passou na frente aos 250 metros antes de ter de “parar” entre remadas para reposicionar o caiaque face às condições que se faziam sentir na pista de Samarcanda, lutando depois por um poucos títulos que ainda não tinha no currículo. No entanto, o checo Josef Dostal, campeão em Paris depois de um período de cinco anos sem qualquer triunfo, voltou a ser mais forte e a conquistar a medalha de ouro.

Dostal terminou com o tempo de 1.37,309, superando por menos de um segundo Fernando Pimenta, que acabou com 1.38,049. O atleta neutro Uladzislau Kravets, que foi quarto na final de Paris, ficou com o último lugar do pódio (1.38,437). Estiveram ainda na decisão A do K1 500 Slawomir Witczak (Polónia, 1.39,003), Gunnar Nydal Eide (Noruega, 1.39,631), Levente Kurucz (Hungria, 1.40,125), Samuel Balaz (Eslováquia, 1.40,288), Oleg Gusev (Alemanha, 1.41,107) e Oleh Kukharyk (Ucrânia, 1.45,180).

Quando é por medalhas, contem sempre com ele: Pimenta conquista bronze no K1 500 dos Mundiais

Esta foi a primeira de três finais de Fernando Pimenta no terceiro e último dia dos Mundiais não olímpicos de velocidade, tendo ainda pela frente a decisão do K4 500 misto com Messias Baptista, Teresa Portela e Francisca Laia e do K1 5.000. Portugal soma já três medalhas no Uzbequistão, com o ouro no K2 500 misto de Messias Baptista e Teresa Portela e a prata no K2 200 de Teresa Portela e Francisca Laia.

Depois do ouro, a prata: Teresa Portela conquista sagra-se vice-campeã mundial de K2 200 com Francisca Laia