Os presidentes dos quatro primeiros classificados da Liga, entre Frederico Varandas, Rui Costa, André Villas-Boas e António Salvador. Os dois líderes da Federação e da Liga, Fernando Gomes e Pedro Proença. Outros nomes incontornáveis do futebol nacional como o antigo presidente do FC Porto, Pinto da Costa, ou o ex-líder do Boavista, Valentim Loureiro. O secretário de Estado para o Desporto, Pedro Dias. O Liga Portugal Awards reuniu todas as principais cúpulas dirigentes do futebol nacional esta segunda-feira na Alfândega do Porto e com os “grandes” a terem o seu momento especial em contextos diferentes de prémios.
Com os Calema a atuarem naquilo que foi descrito como a “Grande Gala do Futebol Português”, o Sporting, campeão de 2023/24, foi o principal vencedor do evento com os prémios de Jogador do Ano, Treinador do Ano e Campeão, numa oportunidade para Rúben Amorim e Frederico Varandas falarem daquilo que foi o crescimento do clube nos últimos anos. Já André Villas-Boas, líder do FC Porto que foi galardoado com o prémio O Futebol és Tu, aproveitou a oportunidade para voltar a homenagear Pinto da Costa por todo o legado deixado nos dragões, ao passo que Rui Costa, presidente do Benfica que recebeu o prémio Futebol Feminino, enalteceu o projeto das encarnadas recordando a figura de Sven-Göran Eriksson.
“Agradeço à Liga Portugal logo à cabeça pela homenagem a Sven-Göran Eriksson, que marcou a história do Benfica, do futebol nacional e do futebol mundial. Temos a certeza que também nos levou no coração. Sobre o prémio, queria agradecer esta distinção do futebol feminino, que na época passada ganhou todos os quatro troféus nacionais. É um projeto para continuar, de uma forma sustentada, esperando que possamos contribuir para o crescimento da modalidade para que Portugal possa continuar a crescer e ser também uma potência”, destacou Rui Costa, presidente dos encarnados que recebeu a distinção para o futebol feminino e que já antes, na antecâmara da cerimónia, tinha salientado o legado do treinador sueco.
“Quero agradecer em nome do FC Porto este prémio. Queremos sempre mais aproximar os adeptos do clube e do seu dia a dia. Queria também deixar um agradecimento especial a Jorge Nuno Pinto da Costa, que se encontra aqui na sala. Hoje ocupo o lugar que teve na presidência e sinto-me honrado em poder elevar o seu legado para sempre no FC Porto. Para ele, peço uma salva de palmas”, referiu Villas-Boas, líder dos azuis e brancos, quando subiu ao palco para receber em nome do clube o prémio “O Futebol és Tu” num ano em que houve um aumento de 10% nas assistências médias de todos os encontros das ligas profissionais.
“Só quero agradecer todo o apoio dos meus companheiros, dos adeptos, do clube e de todos os adversários, que me fizeram ser melhor. Queremos agora repetir a temporada este ano. O segredo é ouvir o treinador ao máximo e estar confortável com as características que tenho”, comentou Viktor Gyökeres, avançado do Sporting que foi o melhor marcador do Campeonato e que receber o Prémio de Jogador do Ano.
“Gostaríamos de lamentar a morte do mister Eriksson, foi um herói de infância para alguns de nós e aqui queríamos deixar um abraço a todos os benfiquistas. Achamos um bocadinho redutor quando olhamos para o rendimento de uma equipa, porque quem ganha é normalmente a equipa que ganha, falar só dos treinadores porque existe um departamento médico, roupeiros, diretores técnicos, os departamentos de observação e de recrutamento, Gabinete de Apoio ao Jogador, diretor de comunicação, formação e os seus treinadores e uma pessoa como o Hugo Viana. Todos deveriam ter a sorte de trabalhar com alguém como ele, não só pela sua competência mas pela lealdade que tem. Por todas estas razões, por todas estas pessoas, quem tiver a sorte de treinar o Sporting irá parecer muito melhor treinador do que aquilo que é”, referiu Rúben Amorim.
“Queria agradecer à Liga este prémio, na pessoa do seu presidente. Como presidente de um clube, não me poderia sentir mais realizado do que estou depois de ouvir aquilo que ouvi do meu treinador. O Sporting é um clube reestruturado, desde a base até ao topo da pirâmide, e fico muito feliz por poder dar estas condições a todos os treinadores e jogadores. Este é o fruto desses resultados. São dois títulos nos últimos quatro anos e é a prova de que o Sporting voltou a ocupar o seu devido lugar, que é estar verdadeiramente na linha da frente do futebol português, um lugar do qual esteve muitos anos, demasiados anos, afastado. Estamos de volta, fortes, saudáveis, ambiciosos”, salientou Frederico Varandas, presidente dos leões.
“O título foi conquistado de forma brilhante pelo meu treinador, pelos meus jogadores. Tivemos de bater inúmeros recordes mas o marco foi quando aos 90+3′ ganhávamos na casa de um rival, tínhamos seis pontos de avanço mas acabámos por perder. Esse jogo este até ao final na cabeça de treinador e jogadores. Esta época começámos com uma derrota [na Supertaça] por culpa própria. Também sei que esse jogo vai estar na cabeça do meu treinador e dos meus jogadores até à última jornada deste Campeonato. Queremos mais, o meu treinador quer mais, os meus jogadores querem mais. Dizem que um leão ferido é mais perigoso, veremos…”, acrescentou ainda o número 1 do conjunto de Alvalade após receber o Prémio Campeão.
“Esta é uma equipa não só dos atuais membros da Direção mas também daqueles que desde o início, estiveram, desde a primeira hora, a 17 de dezembro de 2011, quando tomámos posse. Por isso, um agradecimento muito especial, porque este prémio que me é atribuído é com eles partilhado. Sem esta equipa, não era possível fazer o que fizemos. Gostaria também de agradecer, de forma muito sentida, aos atletas e aos treinadores que durante estes 13 anos, ao serviço das seleções, do ponto de vista desportivo, de futsal, futebol de praia, futebol de onze, camadas jovens e futebol feminino. Conseguimos atingir patamares de excelência durante este percurso. Foram 12, 13 anos intensos, culminados com alguns títulos. Acima de tudo, com um crescimento assinalável nas mais diversas vertentes: duas vezes campeões da Europa de futsal e Mundial, campeão da Europa de futebol de onze, Liga das Nações, campeão europeu e mundial de futebol de praia”, apontou Fernando Gomes, líder da Federação, no discurso mais longo.
“Se ao longo destes 12 anos tivemos o cuidado de fazer o acompanhamento do desenvolvimento do futebol, e aquilo que fizemos de forma marcante no futebol feminino, com duas presenças no Europeu e uma num Mundial, também é justo dizê-lo que não esquecemos o futebol profissional. Recordo-me que quando deixei a Liga, na transição para a Federação, deixámos 3,5 milhões de euros em caixa e uma centralização de uma Taça da Liga, que distribuiu mais de 4 milhões de euros pelos clubes. Não quisemos deixar de acompanhar esse futebol profissional, que é um todo, e a importância de ter clubes sustentáveis. Ajudámos quando foi do totonegócio, quando no período crítico de 2014-15, em que a Liga estava numa situação deficitária, ajudámos com a introdução do VAR, subsidiando e investindo mais de 20 milhões de euros”, acrescentou.
“Queria dedicar o prémio às pessoas de quem gosto muito: a Deus, aos meus pais, à minha mulher, aos meus filhos e aos meus netos também. Ninguém ganha sozinho, é impossível, dizer muito obrigado a todos os que nesta carreira de 40 anos trabalharam comigo. Permitam-me dar uma palavra, neste momento especial, a alguém que uma vez me disse que o cavalo só passa à porta uma vez e ou se monta ou não se monta, que é o meu grande amigo Jorge Nuno Pinto da Costa. O meu muito obrigado. Quero também agradecer ao meu amigo Fernando Gomes, que me deu oportunidade de durante oito anos servir o meu país, e ao Pedro Proença, porque há muitos anos que nos conhecemos e respeitamos”, comentou o antigo selecionador.
“É com enorme orgulho que recebo o prémio. 28 anos de carreira, 15 anos a representar o país além fronteiras, sempre com grande sonho presente, atingir os Jogos Olímpicos, sonho concretizado em 2020. Agradeço a todos. Falar de Pedro Proença, pela inspiração como árbitro e dirigente. Por todo o percurso, uma salva de palmas para o Pedro”, comentou Artur Soares Dias, que terminou este verão a carreira.
A lista de prémios entregues no Liga Portugal Awards em 2023/24
- Prémio Jogador do Ano: Viktor Gyökeres (Sporting)
- Prémio Treinador do Ano: Rúben Amorim (Sporting)
- Prémio Campeão: Frederico Varandas (Sporting)
- Prémio Golo do Ano: João Mendes (V. Guimarães)
- Prémio O Futebol és Tu: FC Porto
- Prémio Campeão de Inverno (Taça da Liga): Sp. Braga
- Prémio Futebol Feminino: Benfica
- Prémio Talento que marca o Mundo: Artur Soares Dias
- Prémio Mérito Desportivo: Fernando Gomes
- Prémio Presidente Liga Portugal: Fernando Santos
- Prémio Prestígio: José Pereira
- Prémio Hall of Fame: Paulo Sousa
- Prémio Melhor Jogador da Liga Meu Super (Segunda Liga): Nenê (AVS)
- Prémio Campeão da Liga Meu Super (Segunda Liga): Santa Clara
- Prémio treinador da Liga Meu Super (Segunda Liga): Tiago Margarido (Nacional)
- Prémio Parceiro do Ano: Betclic
- Prémio Futebol que nos Une: Associações distritais e regionais
- Prémio Reconhecimento Internacional: European Leagues
- Prémio eLiga Portugal: Famalicão
- Prémio Liga Portugal Youth: Sporting
- Prémio Legends: Sporting
Antes, a Liga Portugal tinha anunciado os novos embaixadores do órgão: André Almeida, Bruno Alves, Daniel Carriço, Maniche, Maxi Pereira, Nuno Assis, Beto Pimparel, Costinha, Dimas, Edinho, Kléber, Paulo Sousa, Quaresma, Sílvio, Silvestre Varela, Tarantini e Ukra. Os antigos jogadores juntam-se assim a Alan, Beto, Chainho, Domingos Paciência, Fernando Meira, Helton, João Pinto, Jorge Andrade, Luís Boa Morte, Marco Caneira, Nelson Pereira, Nuno Capucho, Nuno Gomes, Nuno Valente, Paulo Futre, Quim, Ricardo Rocha e Simão Sabrosa. “Cada um dos nossos embaixadores tem uma força incrível junto dos adeptos. Por vezes, nem imaginamos o impacto que um gesto mais simples pode ter na vida de quem está mais vulnerável”, comentou Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, no momento do anúncio.