O volume da produção da indústria de tabaco em Moçambique recuou 71,7% no primeiro semestre, em termos homólogos, para 200 milhões de meticais (2,8 milhões de euros), 2,7% da meta traçada para todo o ano, segundo dados oficiais.

De acordo com um relatório do Governo consultado esta terça-feira pela Lusa, com dados sobre a atividade indústria do país, este desempenho compara com os 709 milhões de meticais (9,9 milhões de euros) no primeiro semestre de 2023 e com a meta de 7.567 milhões de meticais (106,1 milhões de euros) definida para a indústria do tabaco para todo o ano de 2024.

As receitas do setor do tabaco representaram, assim, apenas 1% de toda a produção industrial moçambicana de janeiro a junho, que ascendeu a 73.052 milhões de meticais (1.024 milhões de euros).

No primeiro trimestre, o setor do tabaco já tinha recuado 46,2%, segundo dados anteriormente noticiados pela Lusa.

Em todo o ano de 2021 a produção da indústria do tabaco em Moçambique ascendeu a 7.768 milhões de meticais (108,9 milhões de euros), valor que caiu no ano seguinte para 3.640 milhões de meticais (51 milhões de euros).

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O documento aponta igualmente a estimativa para a campanha de 2023/2024 de 69.856 hectares de cultivo e a produção de 43.714 toneladas de tabaco no país.

A produção da indústria de tabaco em Moçambique em 2023 cresceu 23%, face ao ano anterior, atingindo os 4.475 milhões de meticais (quase 62,7 milhões de euros), indicam dados oficiais noticiados anteriormente pela Lusa.

No ano agrícola de 2022-2023, Moçambique contava com uma área de cultivo de tabaco de 76.850 hectares, tendo produzido 65.856 toneladas de tabaco, uma queda de 15% face ao período homólogo anterior.

Para a campanha de 2023-2024 o Governo previa anteriormente uma área de 129.321 hectares e uma produção de 81.223 toneladas.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2023, referia que Moçambique contava com a oitava maior área de cultivo de tabaco do mundo. Com uma área disponível e cultivada com tabaco estimada pela OMS em 91.469 hectares, Moçambique era então o terceiro produtor na região africana, a seguir ao Zimbabué (112.770 hectares) e ao Maláui (100.962).

O Brasil, com a terceira maior área de cultivo, de 357.230 hectares, e Moçambique são as únicas nações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) referenciados no relatório da OMS.

O documento identifica os 50 países com maior área de cultivo desta planta, outrora classificada como medicinal e atualmente alvo de críticas e medidas políticas contra o uso massificado.