A estreia terminou em goleada com alguns momentos de bom futebol, o segundo jogo acabou em goleada com muitos momentos de bom futebol. Apesar de ser o início de era sem Kylian Mbappé, com tudo aquilo que isso pode trazer de mau e de bom, o PSG não poderia pedir mais no arranque de temporada, superando o Le Havre (4-1) e o Montpellier (6-0) e deixando para trás todas as dúvidas sobre a hipotética falta de reforços mais “sonantes”. Aliás, uma dessas caras novas não demorou a assumir um papel importante na equipa, de início a sair do banco e agora como titular deixando o campeão europeu Fabián Ruíz de fora: João Neves.

O show Neves continua, agora no Parque dos Príncipes: 113 minutos, quatro assistências e novo “atropelo” do PSG na Ligue 1

“Numa partida e meia temos um jogador que já se adaptou perfeitamente ao nosso jogo e à forma como queremos jogar. Em dois jogos já dá para perceber que o João [Neves] é um jogador que vai dar muito à equipa, assim como o Pacho e o Désiré Doué. Tento transmitir a todos o que sinto como treinador, o que posso obter de um plantel de alto nível. Senti este nível de intensidade e pressão nos treinos durante toda a semana e esta noite foi quase perfeita. Esta é, provavelmente, a única equipa com a qual posso jogar com sete jogadores que sabem atacar mas que também podem fazer esforços na defesa”, referiu Luis Enrique após o encontro com o Montpellier, entre muitos elogios ao papel de Vitinha na manobra coletiva.

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“Não podemos mudar a nossa mentalidade. No ano passado, fomos a melhor equipa de França. O objetivo continua o mesmo, vencer todas as competições. Fizemos algumas coisas muito boas na temporada passada mas também não devemos exagerar com o que aconteceu neste início”, acrescentou, deixando uma espécie de alerta para o encontro que se seguia, com o Lille, num jogo em que quem ganhasse passava para a liderança isolada da Ligue 1 descolando de Marselha, Nantes, Lens e Mónaco, todos com sete pontos. E até havia outros fatores para olhar para o encontro com mais atenção, da presença de Tiago Santos (que foi chamado à Seleção) no conjunto da casa à forma de jogar do primeiro adversário do Sporting na Champions.

No final, imperou a lei do mais forte. O Lille acabou por cima e até chegou mesmo a empatar pelo próprio Tiago Santos num lance que seria anulado por fora de jogo mas o PSG, que decidiu em 45 minutos e tentou gerir a vantagem após intervalo, voltou a ser mais forte tendo Vitinha, o atual marcador de penáltis da equipa, como principal referência entre um encontro mais discreto mas na mesma eficaz de João Neves.

Com o PSG a fazer apenas uma mudança no onze, com a saída do português Nuno Mendes devido a um vírus e a entrada de Lucas Beraldo para o lado esquerdo da defesa, Dembélé começou por ser o elemento em maior evidência na partida com dois remates para intervenções apertadas de Lucas Chevalier (8′ e 17′) mas foi o Lille a criar a primeira grande oportunidade da partida, com o defesa Diakité a envolver-se numa saída rápida para o ataque e a rematar na área ao poste com Donnarumma batido (13′). Poderia ser uma “regra”, até pela boa entrada dos visitados em campo, rapidamente se tornou uma exceção perante a ativação do rolo compressor pelo PSG: Vitinha inaugurou o marcador de penálti após mais uma jogada fantástica de Dembélé (33′), Barcola aumentou de seguida depois de uma combinação com Asensio (36′). Donnarumma ainda tirou o golo a Tiago Santos num remate do lateral na área e o intervalo chegou mesmo com o 2-0.

O segundo tempo acabou por trazer uma versão mais “racional” do PSG, a ter mais posse e circulação sem tanta necessidade de sair na frente e a gerir a vantagem sem que o Lille criasse grandes problemas junto da baliza de Donnarumma até ao quarto de hora final (já sem João Neves, substituído por Fabián Ruíz), altura em que os visitados conseguiram reduzir num pontapé em zona central de Zhegrova que reabriu o encontro e ainda colocou em causa a terceira vitória consecutiva dos parisienses, que sobem à liderança isolada, com Tiago Santos a marcar na sequência de um livre lateral num lance que seria anulado pelo VAR (83′). Kolo Muani, na compensação, fez o 3-1 final após assistência do também suplente Désiré Doué (90+2′).