A associação promete “uma grande diversidade” de propostas, que vão para além da apresentação de espetáculos, integrando também a possibilidade de o Novo Ciclo ACERT ser “um ninho onde outros passarinhos encontram um bom acolhimento”, inclusive para as estreias, afirmou José Rui Martins, um dos responsáveis pela programação.
Oriundo da Guarda, o Grupo de Teatro da Vela — Gambozinos e Peobardos apresentará, pela primeira vez, um espetáculo-caminhada ao ar livre intitulado Aurora, que tem início marcado para as 06:00 dos dias 28 e 29 deste mês.
Celebrando o 25 de Abril de 1974, este espetáculo realizado num horário incomum tem uma lotação limitada a 35 pessoas e é coproduzido com o Novo Ciclo ACERT.
“O encontro será no Novo Ciclo ACERT, mas o nascer do sol e o espetáculo serão noutro sítio onde eles nos quiserem levar”, explicou Daniel Nunes, também da equipa de programação, em conferência de imprensa.
José Rui Martins contou que esta estreia resulta de “uma ligação intensa e afetuosa” que começou a ser construída quando a ACERT trabalhou com “os pais dos agora atores dos Gambozinos e Peobardos nos espetáculos comunitários que realizava na Guarda, no Dia da Cidade”.
Também a companhia da casa, o Trigo Limpo Teatro ACERT estreará um espetáculo, denominado O Bosque, que explora as histórias de vida do núcleo mais antigo da cidade de Tondela.
Inspirado na memória das ruas e lugares e nas vivências dos habitantes, O Bosque será apresentado em Tondela nos dias 06 e 07 de dezembro, mas está a ser produzido de forma a poder circular pelo país.
José Rui Martins referiu que se trata de um espetáculo “muito baseado nas memórias e no fantástico”.
“Não é um espetáculo que vai falar sobre a história local, mas parte da história local para atingir um sentido metafórico e fantástico que lhe permite depois circular pelo país”, explicou o responsável, acrescentando que em cada novo local haverá um processo de pesquisa e consequente adaptação à realidade.
Segundo José Rui Martins, a programação desenhada até ao final do ano “está equilibrada no que diz respeito aos espetáculos que vêm do exterior” e ao “envolvimento dos artistas das estruturas que estão mais próximas”.
Além de sete peças de teatro, o Novo Ciclo ACERT acolherá também espetáculos de dança, de que é exemplo Presente 2023/24, já no próximo sábado.
Criada por Joana Providência e Daniela Cruz da Presente Companhia de Dança Jovem, de Viseu, em coprodução com o Novo Ciclo ACERT, esta peça parte do universo de Eduardo Galiano apresentado no documentário O Tempo e o Modo, de Graça Castanheira.
Em outubro haverá possibilidade de ver um espetáculo de dança flamenca e também de aprender sobre este estilo numa oficina com a bailarina e coreógrafa Irene Avidel. BosQueijo é o nome do espetáculo da companhia Semilla (Espanha), que promete uma viagem pelas estações do ano.
“Vimos a companhia a atuar no ano passado em Sevilha e ficámos encantados com o espetáculo. A programação da ACERT também é feita disto, de descobertas que vamos fazendo”, contou.
A música ocupará vários dias da programação da ACERT, com nove concertos, entre os quais o de Carlos Peninha Quinteto + Quarteto de Cordas (28 de setembro) e o de Tiago Bettencourt (26 de outubro).
“Durante a semana anterior ao concerto ‘No Fio da Navalha’, [Tiago Bettencourt] vai estar a receber propostas do público de temas dele ou de qualquer outro artista para interpretar no concerto, portanto, o concerto será único”, realçou Daniel Nunes.
A programação integra ainda a trigésima edição do FINTA — Festival Internacional de Teatro ACERT, que este ano se realizará durante dois fins de semana de novembro.