Foi detido o suspeito de sequestrar e manter uma mulher em cativeiro durante mais de cinco anos numa aldeia próxima de Głogow, na Polónia. Um homem de 35 anos, que vivia em casa dos pais de quem era dependente financeiramente, manteve a vítima num celeiro abandonado na quinta da família que afirma não ter suspeitado de nada, noticiou o jornal local MyGlogow.
Tudo começou em janeiro de 2019, quando a mulher identificada como “Malgorzata” conheceu Mateusz J num site de encontros online e foi visitá-lo na aldeia de Gaiki, próxima de Głogow. Nessa visita, o homem aprisionou-a num celeiro na propriedade da família, sem eletricidade, água, casa de banho e sem qualquer acesso a produtos de higiene.
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— Koralina (@polkajestem) August 31, 2024
A mulher, agora com 30 anos, sofreu várias agressões físicas e tortura psicológica e era deixada à fome por parte do agressor por não corresponder aos assédios sexuais. O Ministério Público de Legnica, que tem o caso em mãos, enumerou algumas das agressões que a vítima relatou como “espancamentos, empurrões, pontapés, agressões com recursos a objetos, puxões de cabelo”, entre outras formas de tortura física, mas também psicológica.
Durante o período de sequestro, a vítima foi levada várias vezes ao hospital para o tratamento de algumas lesões provocadas pelo agressor, como um braço e uma perna fraturados, perfurações gastrointestinais e na zona das axilas e, no ano passado, com uma lesão anal. Sob as ameaças de Mateusz J, a mulher nunca alertou os médicos e, após as consultas médicas, era novamente transportada para o local de aprisionamento com o rosto coberto, segundo a Associated Press. Quando o sequestrador a engravidou, “Malgrozata” foi levada até ao hospital de Nowa Sól e forçada a dar a criança para adoção.
Na passada terça-feira, dia 27 de agosto, a vítima foi mais uma vez transportada até ao hospital pelo sequestrador, desta vez com um ombro deslocado. Acreditando poder não ter outra oportunidade, acabou por confessar a situação aos funcionários, que alertaram as autoridades.
O suspeito, detido na passada sexta-feira, negou todas as acusações. Está em prisão preventiva a pedido do Ministério Público, podendo enfrentar uma pena de até 25 anos.
Os vizinhos descrevem Mateusz J como “solitário” e “estranho”, ainda que se tivesse mostrado surpreendidos com o caso a apenas quatro metros da sua propriedade. Apesar de ser feito de pedra “pré-guerra” e não ter janelas, o celeiro pode ter sido insonorizado. A mãe do agressor, que vive a cerca de seis metros do local onde a vítima estava enclausurada, diz “nunca ter visto nem ouvido nada”.
Já foi lembrada a semelhança com o caso de Josef Fritzl, homem austríaco que manteve a própria filha em cativeiro por mais de 24 anos, tendo-a engravidado por sete ocasiões.