O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) insistiu esta terça-feira que as medidas do Governo para o setor são insuficientes, discriminatórias e podem agravar a situação de falta de docentes.
A pouco tempo do início do novo ano letivo, o coordenador daquela estrutura sindical, André Pestana, disse esta terça-feira, em conferência de imprensa, em Coimbra, que o plano da tutela para aumentar o número de professores pode prejudicar mais milhares de alunos, que poderão “ficar com menos aulas”.
“A estratégia essencial do ministério é sobrecarregar os professores com mais horas extraordinárias, numa classe já exausta e envelhecida, o que poderá aumentar o número de baixas médicas e mais alunos ficarem sem professor”, alertou.
Para André Pestana, a situação não se resolve sobrecarregando os profissionais que estão ao serviço, mas sim recuperando os docentes que abandonaram o ensino e estão a trabalhar noutras áreas.
Segundo o dirigente, a recuperação daqueles profissionais “poderia não ser a solução, mas iria minorar a situação atual, que é produto de décadas de desconsideração, e teria mais efeitos concretos e mais realistas e sustentáveis do que o plano do Governo”.
“É preciso investir a sério nos serviços públicos e, em particular, na escola pública”, sublinhou o dirigente, que preferia ver o aumento “exorbitante” da despesa em Defesa, no âmbito da NATO, usado na educação, saúde e no combate à precariedade.
O STOP mostrou-se também “perplexo” com os apoios anunciados sexta-feira pelo Ministério da Educação para os docentes deslocados, considerando que os valores são “irrealistas” e que a medida, “que poderia ser positiva, vai gerar mais injustiças se não for alterada”.
Para André Pestana, a forma como está desenhada a atribuição de apoios vai “criar uma situação de filhos e enteados nos professores deslocados e o STOP não aceita mais esta grande injustiça, que gera desmotivação a milhares de docentes”.