O programa de exposições da Fundação de Serralves, no Porto, nos próximos meses vai contar com uma das maiores mostras do belga Francis Alÿs na Europa, uma seleção de trabalhos de Jean-Luc Godard e uma exposição de Francisco Tropa.

Depois do encerramento, no dia 29 deste mês, da exposição de Yayoi Kusama, o Museu de Serralves vai abrir, em 17 de outubro, uma exposição do artista belga Francis Alÿs, em parceria com o londrino Barbican.

“Desenvolvida em estreita colaboração com o artista, apresentará a série ‘Jogos de Crianças’ (1999-presente), aclamada pela crítica e recentemente expandida após a apresentação do Pavilhão Belga na Bienal de Veneza de 2022. Os visitantes serão envolvidos numa instalação cinematográfica com vários ecrãs, refletindo a natureza espontânea e auto-organizada das crianças enquanto brincam”, pode ler-se na informação disponibilizada pela fundação.

Residente na Cidade do México desde 1986, Alÿs formou-se como arquiteto e foi inspirado pelo seu novo país para se tornar artista visual, como relata o texto biográfico disponível no ‘site’ da galeria David Zwirmer, que o representa.

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Há duas décadas que Alÿs filma crianças a brincar na rua e “Jogos de Crianças” inclui “cadeiras musicais” no México, saltos no Iraque, saltos à corda em Hong Kong e “lobo e cordeiro” no Afeganistão, refere o ‘site’ do Barbican, onde a exposição “Ricochets” esteve patente até ao passado dia 1.

Também no museu, mas no dia 7 de novembro, regressa a Serralves o português Francisco Tropa, que, “misturando arte e engenhosidade técnica, […] recorre a vários suportes — escultura, desenho, performance, gravura, instalação, fotografia e filme — para transmitir uma série de reflexões catalisadas pelas diferentes tradições da escultura, da mitologia e da ciência”.

Tropa já marcou presença em Serralves em 1998, 2006 e 2010, tendo sido o representante de Portugal na Bienal de Veneza de 2011.

No mesmo mês, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira recebe, a partir de dia 12, “Jean-Luc Godard: Tendo em conta os tempos atuais” que “apresenta pela primeira vez uma ampla seleção de desenhos e pinturas da sua infância, demonstrativos da precocidade de temas, motivos e estratégias formais que viriam a marcar o seu cinema, bem como cadernos, esquissos e colagens relacionados com muitos dos seus projetos fílmicos”, segundo a fundação.

“Além de trazer pela primeira vez a público um vastíssimo conjunto de obras e documentos inéditos que em muito contribuirão para reavaliar o alcance da sua cruzada iconoclasta, a exposição recordará, ainda, o encontro de Godard com Manoel de Oliveira, em 1995”, acrescentou Serralves.

Entre outras iniciativas, como uma exposição na Casa de Serralves que vai assinalar o centenário de Mário Soares, a fundação vai contar com a habitual Festa do Outono, no final de setembro, e o ciclo Museu como Performance, em outubro.