A antiga secretária regional dos governos PS, Piedade Lalanda, vai ser proposta para presidente do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), anunciou esta terça-feira o líder social-democrata açoriano José Manuel Bolieiro.

Segundo o também presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), o nome de Piedade Lalanda foi consensualizado entre PSD e PS.

Foi sempre meu entendimento e profunda convicção (…) que um órgão com estas características de concertação e diálogo deveria ser, no quadro da nossa autonomia democrática, entregue para uma indicação de nomes possíveis, para consensualizar com a liderança da oposição”, declarou Bolieiro aos jornalistas, na Horta, ilha do Faial, após um encontro com o líder do PS, Francisco César.

O presidente do PSD/Açores especificou que articulou com o dirigente do maior partido da oposição a indicação de nomes de “personalidades que possam ser consensualizadas” para vários órgãos, entre os quais, o CESA.

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Decorre a partir desta terça-feira, na sede da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na Horta, a sessão plenária do parlamento regional em que serão eleitas várias personalidades para diversos órgãos que requererem uma maioria qualificada, que pode ser garantida pelo PSD e PS.

José Manuel Bolieiro disse que este diálogo “nada tem a ver com o juízo de mérito de mandato que agora termina”, em que Gualter Furtado, antigo secretário regional das Finanças de um governo PSD, assumiu a liderança do CESA, tendo deixado uma “palavra de apreço” ao “pioneiro na presidência do CESA, muito produtivo no seu trabalho, isento e imparcial”.

Afirmando que “esse entendimento resulta de uma iniciativa” sua, o presidente do Governo Regional dos Açores defendeu que “se deveria abrir aqui um novo ciclo sobre a perspetiva e perfil do mandato do CESA mais ligado às questões sociais”, tendo o nome de Piedade Lalanda merecido a “consensualização do PSD e da coligação”.

Também em declarações aos jornalistas, à saída do encontro entre ambos os líderes, Francisco César referiu que as divergências políticas não são “impeditivas, antes pelo contrário, de matérias que são fundamentais para a autonomia”, e nada impede que “o consenso não deva existir e ser fomentado”.

Este é um bom momento em que os consensos foram criados e estão a ser afirmados, por isso gostaria de saudar o PSD por ter sido possível, numa matéria tão relevante, como o CESA, termos chegado a um consenso e ter sido o PS a propor um novo nome para o CESA”, afirmou o dirigente socialista.

À semelhança de José Manuel Bolieiro, Francisco César apontou que este novo ciclo no CESA “nada tem a ver com o que foi feito nos últimos anos”, tendo o trabalho desenvolvido por Gualter Furtado sido “meritório e de afirmação” do órgão consultivo.

De acordo com César, é “importante dar uma ênfase social ao CESA” em matérias como a pobreza, a segurança social, a educação”, daí a escolha de Piedade Lalanda, que tem um “trabalho cívico reconhecido” e que teve “uma intervenção política muito importante como deputada e secretária regional”.

“Penso que tem a vantagem de ser totalmente independente e desprendida das questões partidárias”, afirmou Francisco César.