A Bélgica assumiu-se como uma das principais seleções do continente europeu na última década. Com Roberto Martínez no papel de selecionador, os diabos vermelhos lideraram durante vários anos o ranking da FIFA e, no Campeonato do Mundo da Rússia, em 2018, alcançaram a sua melhor prestação de sempre, terminando no terceiro lugar. Contudo, tudo mudou desde então e o futuro não se perspetiva fácil para a equipa agora treinada por Domenico Tedesco.

O agora selecionador de Portugal manteve-se, mas não conseguiu voltar a rubricar uma prestação daquele nível numa grande competição. No Campeonato da Europa de 2021, os belgas foram eliminados nos quartos de final pela campeã Itália (1-2). Seguiu-se o Mundial do Qatar, em 2022, que ditou o despedimento do espanhol, depois da eliminação precoce, na fase de grupos. Pelo meio, a Bélgica terminou no quarto lugar a segunda edição da Liga das Nações.

Já com Tedesco, os diabos vermelhos terminaram o último Europeu nos oitavos de final, depois de terem sido eliminados pela França (1-0). Seguiu-se nova edição da Liga das Nações e o início até foi promissor, com um triunfo ante Israel (3-1). Porém, esta segunda-feira a Bélgica deslocou-se a França e perdeu por 2-0, numa partida pouco conseguida. No final, o capitão Kevin De Bruyne mostrou-se bastante crítico com a prestação dos companheiros.

O dia em que a fé Kolou com um remate caído do céu (a crónica do França-Bélgica)

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“Não posso dizer aqui o que correu mal. Já o disse à equipa ao intervalo. Não posso repetir nos meios de comunicação social, mas temos de ser melhor em todos os aspetos. Se o nível que queremos atingir é o melhor, mas já não somos suficientemente bons para atingir esse nível, então temos de dar tudo. Se nem isso for possível, está tudo acabado”, começou por dizer o médio do Manchester City na flash-interview da VTM.

“Posso aceitar que não somos tão bons como em 2018. Fui o primeiro a ver isso, mas há outras coisas que são inaceitáveis. Não vou dizer o quê. Estamos demasiado atrasados. Se continuamos a estar atrás, não há consistência. É disso que se trata. Não se trata de transições no jogo, trata-se de pessoas que não estão a fazer o seu trabalho”, acrescentou o capitão que, ainda no relvado, demonstrou a sua frustração a Frank Vercauteren, diretor técnico da Bélgica e antigo treinador do Sporting. Segundo a imprensa belga, De Bruyne chegou inclusivamente a ameaçar abandonar a seleção.

Perante as críticas do seu jogador, Domenico Tedesco acabou por desvalorizar o sucedido na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro. “De Bruyne é o nosso capitão e tem uma enorme mentalidade vencedora, por isso também pode reagir emocionalmente. É emotivo e está dececionado”, rematou o selecionador.