Falta um pequeno passo para continuar a fazer história. História essa que já tinha sido feita ainda antes do início desta ronda dois da Liga dos Campeões feminina: o Benfica tornou-se no primeiro e único clube a superar a ronda um em todas as quatro edições da competição. Apesar de o simbólico significado por se estar a falar de uma das oito melhores equipas da Europa na última temporada, a rotina de superar as primeiras eliminatórias torna-se fundamental para qualquer equipa portuguesa, dado o posicionamento da nossa Liga no ranking da UEFA. E o Benfica fê-lo com distinção… até ver.

Para esta última eliminatória antes da fase de grupos, as encarnadas foram sorteadas com as suecas do Hammarby, que pediram à UEFA e ao Benfica para inverterem os jogos de modo a conseguirem jogar na Tele2 Arena, em Estocolmo, o estádio principal com capacidade para 30 mil espectadores e que, segundo as melhores expectativas, iria receber cerca de dez mil adeptos — confirmou-se. Assim, e numa era em que os golos fora já não conta, as campeãs portuguesas sabiam que tudo se iria decidir no Seixal, tentando fazer imperar o fator casa.

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“Colocar o Benfica no mapa é conseguir a consistência e eu penso que isso ainda não foi conseguido, no sentido em que ainda falta olharem para o Benfica como um eterno clube que vai passar da fase de grupos. Queremos, principalmente, a consistência europeia e essa consistência é: permanentemente nas fases de grupos e passando as fases de grupos. A partir daí, qualquer clube luta para chegar à final e tem esse propósito, mas temos de conseguir essa consistência para o Benfica, para o projeto e também para o futebol feminino, por arrasto”, assumiu Filipa Patão, antes do encontro.

Encontro esse que começou a ser jogado horas antes do pontapé de saída. Durante a madrugada, os adeptos do emblema sueco deslocaram-se até ao hotel onde as águias ficaram hospedadas e deflagaram fogo de artifício. Quanto ao futebol propriamente dito, Filipa Patão apresentou um onze inicial sem novidades, com Marie Alidou, Cristina Martín-Prieto e Nycole Raysla a apresentarem-se como as elementos mais ofensivas. Pauleta, Andreia Faria e Andreia Norton atuaram no meio-campo, ao passo que Martin Lund, Carole Costa, Ucheibe e Catarina Amado jogaram na defesa, à frente de Lena Pauels.

A partida começou com as suecas em melhor plano e a criarem algumas dificuldades à defensiva portuguesa. O golo acabou por aparecer numa joga que não o fazia prever, que terminou com Blakstad a remate de primeira, à entrada da área, para o fundo da baliza de Pauels (16′). Ucheibe continuou a apresentar dificuldades e a cometer erros e, pouco depois, a avançada ficou perto de bisar (24′). Já depois de a central ter saído por lesão, o Benfica recompôs-se e, à beira do intervalo, empatou o desafio numa grande arrancada de Martín-Prieto, que terminou com um remate cruzado para o golo (39′). Este foi o nono golo da espanhola esta temporada, que tem a particularidade de ter marcado em todos os sete jogos.

Os papéis inverteram-se na segunda metade, as encarnadas entraram mais fortes e, no segundo minuto, Andreia Norton fez o golo, dando o melhor seguimento a um excelente trabalho de Alidou na esquerda (47′). Já com o Hammarby mais vaticinado para o ataque, Tandberg esteve perto de marcar, mas Pauels impediu o golo com uma grande intervenção (70′). O Benfica controlou o encontro até ao apito final e garantiu um importante triunfo fora de portas (1-2). A eliminatória vai ser decidida na segunda mão, na próxima quarta-feira, às 20 horas.